Novamente, amor
Eu mereço mais.
Apesar da relutância em admitir,
por receio da sentença
que vem após toda decisão tomada
com o pensamento e amor
voltados unicamente para mim...
Me permiti me negar
a aceitar menos do que mereço.
Ignorei a insegurança
que vinha ao meu encontro
de mãos dadas com medo da solidão,
e convenci a mim - mesmo que tarde -
que amor fragmentado
não é suficiente para me convencer
de que sou amada
e de que devo aceitar metades.
Não mais oito ou oitenta,
unicamente oitenta.
Sem mais incertezas.
Ou me quer e tente você
ou fique apenas me querendo.
Pois sozinha não entro mais nessa barca
que sei que pode afundar.
Amar a outro sozinha, não mais.
Amar sozinha amo a mim.
Assim não ganho perdas
nem recebo prejuízos,
amo a mim por minha conta e à vista.
Sem dívidas ou sacrifícios.
Por isso não aceito menos
que um amor simples.
Sem ideias mirabolantes
que me farão carregar a bola sozinha.
Mereço mais que um amor
que fica apenas nas linhas das poesias,
quero agora amor de rotina,
amor presente,
sem sumiços, sem desculpas.