O caos está em você?

Daniella Gandra
Revista Subjetiva
Published in
3 min readAug 16, 2022
Figura masculina caótica com a boca aberta.

Sua ansiedade tem aumentado ultimamente? Inquietação constante? Você sente um desespero às vezes, sem saber direito de onde vem? Isso não é estranho, afinal, passamos por calamidades, e o que é pior, não há como escapar.

O caos está em todo o lugar, em muita gente, e em você, também?

Esse caos só se intensificou após a pandemia, contrariando o que alguns imaginaram. Aliás, a pandemia ainda não acabou, mas parece que já nos é familiar, ou melhor, habitual, mas exterminou milhares de vidas próximas a nós, fazendo a gente até pensar em quanto tempo ainda nos restava...

Entretanto, antes mesmo da pandemia, a confusão estava presente em nosso dia a dia, refletida nos discursos de ódio e radicalismos espalhados nas redes sociais, a polarização política ao extremo, desfazendo amizades, e, cada vez mais, os algoritmos a todo vapor aumentando esse tipo de consumo.

Além disso, já era comum “cancelar” uma figura pública devido a expressar opinião ou postura contrárias aos usuários das redes e mídias sociais, como forma de punição para determinado comportamento. O que levou essas pessoas canceladas a transtornos variados.

Uma maneira caótica também de resolver problemas, não acha?

E, convenhamos, todos nós, uma vez ou outra, ora sentimos aquela coceirinha no dedo para “cancelar” alguém, ora o fizemos de fato em prol da manutenção de nossa paz mental e de espírito. Ou seja:

Abraçamos esse caos!

E, agora, temos também a guerra. Aonde vamos parar❓

Bem, resposta para tal pergunta, eu não tenho. Mas busquei saber:

Por que essa atração pelo caos?

Possíveis respostas quanto a isso: estresse contínuo; impotência diante de um fato ou de uma condição imutável, ou, pelo menos, aparentemente; incertezas em relação à perspectiva de vida; situações humilhantes etc.

E acredito que perdas também. Depois de perder parentes, amigos para a pandemia, por exemplo, muita gente passou a abraçar o caos, na tentativa desastrada de que a vida ganhasse sentido e que sua voz fosse ouvida.

Ah! O tédio também, outro fator que incita o caos. À procura de excitação, alguém pode encontrar sentido em circunstâncias perigosas.

Embora, nos tempos atuais, gente queixosa ainda esteja maciçamente por aí, transbordando um orgulho ferido, suspeitas, maledicências, onde se desenha “o inimigo” perversamente, cruelmente.

Está tudo errado. Mas a culpa é dos outros. Do governo. Do sacrifício não reconhecido. Da sociedade…

E esse tipo de coisa nada tem a ver com intensidade, viu?! Tem mais a ver com ansiedade. Quanto mais ansiosa uma pessoa é, mais irritável e à beira do caos ela será e estará.

E, geralmente, a falta de empatia, tão discutida nos últimos tempos, só é sentida ou percebida por quem não está nesse grupo “elevado” ao extremo.

Então, me diz, como está o seu apetite? Caótico?

Num total descontrole?

Eu sei que não está fácil. Temos motivos de sobra para nos rebelar, nos zangar, e ficarmos desapontados. Mas no meio do caos, podemos escolher “desligar” aquilo que está ligado no 220, bombardeando o que vê pela frente, como uma arma ambulante, sem conseguir desviar o olhar, a atenção para outra coisa que não seja o caos.

Pois o caos que habita em mim alimenta o caos que há em você.

Podemos nos autossugestionar para estarmos em outra vibe, com quem amamos, com quem nos entende e nos acolhe, com quem nos acalme.

Boa sorte! 🍀

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