O legado de um rei

Nickolas Ranullo
Revista Subjetiva
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2 min readSep 1, 2020
Foto: Instagram

Existe um grande mistério sobre a vida e que talvez nunca tenha uma resposta definitiva: o que acontece depois que fechamos nossos olhos pela última vez?

As respostas, até hoje, foram inconclusivas. As crenças sobre elas, porém, são diversas. Paraíso, inferno, reencarnação, vazio eterno… Não existe exatidão.

A resposta que eu e que você podemos dar é sobre como é a vida de quem fica. É como o mundo reage a despedida que, apesar de ser certa para todos, parece tão prematura para inúmeros. Ontem (29/8) tivemos uma dessas despedidas. Chadwick Boseman. Ele não foi apenas o ator que deu vida ao personagem Pantera Negra nos cinemas. Ele foi mais. Ele tornou-se um símbolo – exatamente como o personagem que representou tão perfeitamente.

O filme Pantera Negra foi um marco. Social, cultural. Histórico.

Foi emocionante ver diversas crianças negras ao redor do mundo olhando para a tela do cinema e vendo um herói como elas. Os braços cruzados sobre o peito e o grito de “Wakanda Forever ganharam o mundo. A representatividade estava ali. O orgulho estava ali. A luta estava ali.

Chadwick enfrentou o câncer em seus quatro últimos anos de vida. E o enfrentou com todas as suas forças. Enfrentou com esperança.

Sua morte não deixa um vazio, ao meu ver.

Sua morte deixa um trono para a próxima criança negra que, inspirado por Chadwick, inspirado por T’Chala, hoje pode sonhar em estar.

Sua morte deixa um legado.

O legado de um homem negro que lutou até ser um herói.

O legado de um homem negro que lutou até ser um rei.

O legado de um homem negro que lutou até ser exemplo.

O legado de um homem negro que lutou.

A luta ainda não acabou. Infelizmente ela talvez esteja longe demais de acabar, mas regidos por Chadwick, diversas barreiras foram rompidas, diversas pontes foram construídas.

Um homem.

Um rei.

Uma vida.

Uma história.

Wakanda. Para sempre.

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Nickolas Ranullo
Revista Subjetiva

"Não digam a minha mãe que sou jornalista, prefiro que continue acreditando que toco piano num bordel".