Oi amiga :)

Texto de agosto para o desafio literário #EscreverEscrevendo

Regiane Folter
Revista Subjetiva

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Oi Mari!

Aqui quem fala é a Regi. Não sei se você reconheceria a minha letra depois de tantos anos, por isso quis me apresentar logo de cara 😄 Quanto tempo, hein!! Acho que a última vez que nos vimos foi na minha última noite vivendo no Brasil. Você me ajudou a fazer a mala e a lidar com todas as lágrimas e medos, e no dia seguinte eu decolei. A ideia era viver fora só um ano, mas logo os meses foram se multiplicando, eu fui ficando, e nossos calendários não bateram mais. Não houve briga, nem nada do estilo. Na verdade, nem lembro se a gente já brigou alguma vez! Não, simplesmente seguimos caminhos diferentes e isso, combinado aos quilômetros de distância, nos afastou. Pelo menos continuamos conectadas pelo Instagram e fico feliz de ver as suas alegrias e amores lá na rede social.

Eu lembro dos nossos tempos de brincadeiras e faz-de-conta com muito carinho. Você foi minha primeira amiga, minha melhor amiga, minha confidente e até minha irmã, de certa forma. Sempre achei que éramos parecidas fisicamente e gostava de pensar em você como parte da minha família, embora nunca tivemos a sorte de viver na mesma cidade. Meu Deus, como eu esperava ansiosamente pelas férias quando a gente se encontrava e passava todas as horas que podíamos juntas, fingindo que éramos sereias na piscina, vendo filmes, inventando novelas com as nossas Pollys Pockets, e tantas outras aventuras…

Pois bem, a vida foi acontecendo, novos projetos e prioridades surgiram pra cada uma de nós, e o que antes era tão natural foi naturalmente se apartando. Não sinto nenhum sentimento ruim em relação a isso, muito pelo contrário. Sou muito grata pela sua amizade e por ter feito minha infância mais colorida. É claro que sinto saudades daquele tempo e também curiosidade para saber mais da tua vida.

O que posso te contar da minha vida?

Bom, acho que você ficaria contente de saber que me transformei bastante nos últimos anos. Deixei de comer carne, me encontrei no feminismo, viajei por muitos lugares e me conectei com pessoas diversas. Aprendi com cada uma delas.

Fui descobrindo mais sobre o amor, me casei com um homem muito especial e por aqui vamos construindo nossa vida uruguaia juntos, com todos os desafios e prazeres que isso traz.

Algumas coisas não mudaram tanto assim. Continuo viciada em contar histórias, continuo escrevendo e até criei coragem para publicar um livro. Continuo chorona, fanática por chocolate e leitora serial. Os cachinhos rebeldes estão firmes e fortes e os olhos azuis, tão parecidos com os seus, também são os mesmos daquele tempo. Mas os anos passaram e muita coisa mudou em mim: fisica, mental e emocionalmente. Ainda bem, né não?

E você? Continua desenhando? Continua gostando de rock’n’roll? E de comer arroz, feijão e batatas fritas?

Que bom seria bater aquele papo de horas pra colocar a conversa em dia. Puxa vida, adoraria conhecer teus filhotes e todas as suas outras conquistas! Seria gostoso passar uma tarde juntas, como aquelas que a gente passava quando meninas, talvez com menos brincadeiras e mais falatório. Mas igualmente mágica.

Te mando um abração e muita energia boa!

Um beijo,

Regi

Esse texto é parte do desafio de escrita #EscreverEscrevendo que publiquei aqui na Revista Subjetiva em janeiro de 2021. Bora participar? Aqui está o desafio completinho: #EscreverEscrevendo: como criar quando está num deserto ou oásis de ideias?

Obrigada por ler ❤ Se gostou, deixe seus aplausos 👏

Outras histórias e meu livro em: regianefolter.com 💛

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Regiane Folter
Revista Subjetiva

Escrevi "AmoreZ", "Mulheres que não eram somente vítimas", e outras histórias aqui 💜 Compre meus livros: https://www.regianefolter.com/livros