Twitter | Instagram

Qual o limite da esperança?

Leonardo Fuita
Revista Subjetiva
Published in
3 min readAug 11, 2022

--

Ultimamente me encontro em um dilema com determinados conteúdos. Acho que, por exemplo, é importante ver que não existe jeito fácil de se ganhar dinheiro. Que 99% das pessoas que te vendem o sucesso na internet não tem ideia do que estão fazendo, a não ser vender essa ideia e ganhar muito dinheiro com isso. Mas, ao mesmo tempo, também acho que a motivação as vezes é importante para conseguir nos tirar da inércia. Fazer com que nos movamos para outros lugares que talvez não tentaríamos sem esse empurrãozinho.

Durante muito tempo fui o cara da auto-ajuda barata. Que seguia esse monte de empreendedores que nos mostram como ser alguém bem sucedido e como isso é importante para as nossas vidas. Lendo tudo que fosse possível para tentar extrair o máximo e assim aplicar na minha vida para chegar aonde eu queria. Um tempo que, por mais que eu não ache que era infeliz, acredito que mostrava um Leonardo muito mais ingênuo do que hoje.

Depois, passei para o lado mais realista da coisa. O lado que consegue entender que existem barreiras que não são quebradas única e exclusivamente com força de vontade. Que sabe que, muitas vezes, o preço para rompê-las é muito maior do que queremos pagar de verdade. Me tornando, e aí começa o meu dilema, um pouco mais desesperançoso com relação ao mundo à minha volta (e a mim mesmo).

Como tudo que eu refleti na minha vida, acredito que o melhor modo de ver a vida esteja no meio desses dois caminhos. Precisamos entender que você não vai ficar milionário começando uma empresa hoje. Afinal, 80% delas não passam do primeiro ano e 60% não chegam ao quinto. Uma estatística que, se fosse para a recuperação depois de uma cirurgia, você com toda certeza não arriscaria, não é?

Entender também que não saímos do mesmo lugar que esses gurus de internet. O melhor exemplo que eu tenho é o nosso amigo do Ei Nerd, Peter Jordan. Ele é alguém que fala muito sobre todos os seus empreendimentos. Como os construiu do nada, para depois entrevistar o pai que foi o responsável por marcas como a Vigor no Brasil e deixar todo mundo mais consciente de onde ele realmente saiu.

O problema de saber tudo isso é que, as vezes, esse tipo de conhecimento pode te congelar. Te deixando, como eu, mais desesperançoso e com menos vontade de tentar algo um pouco mais arriscado. O que não é tão ruim quanto arriscar e perder tudo, é verdade, mas ao mesmo tempo traz uma melancolia que talvez você não queria ter na vida.

Isso tudo não quer dizer que você tenha que começar a se empolgar com esse monte de auto ajuda barata que existe por aí. É apenas um alerta, para vocês e para mim mesmo, que esse tipo de informação não te derrube e faça com que você não tenha vontade de fazer diferente. Te deixando mais letárgico do que você quer ser de verdade.

Sinceramente não sei ainda qual o limite da esperança. Felizmente eu sou alguém que tende a ver o lado bom das coisas, e mesmo de vez em quando ficando um pouco mais desesperançoso, isso acaba não me derrubando como acontece com outras pessoas que conheço.

Mas é algo que tenho me perguntado um pouco mais ultimamente. Algo que me faz pensar que, talvez, eu precise consumir de maneira um pouco mais regrada. Sabendo sim o que acontece na realidade, mas não deixando de sonhar um pouco mais alto quando necessário. Porque, pelo menos para mim, a esperança é o que acaba nos movendo quando nada mais consegue. E talvez seja por isso que eu queria saber qual o limite saudável dela para a minha vida.

Quer receber os textos em primeira mão? Ou até ver citações para compartilhar com os amigos? Segue lá no Instagram e fique ainda mais por dentro de tudo que eu posto!

--

--