Quando a grama do vizinho é mais verde
Tem manhãs que só de abrir o olho você já sabe que o resto do dia não vai fluir. Pode ser o mau humor, expectativas ou aquele horóscopo lido na noite anterior falando para ir com calma que tudo tem seu momento.
Acordei assim…poucas ideias, como a gíria carioca. Deu o horário de ir pro trampo, o ônibus parou três paradas seguidas de onde tinha que descer, o sol já tava rachando e o uber no horário de pico não muito barato.
E pensar que quando eu era pequena adorava a ideia de andar de ônibus, apoio a ideia de menos carros e poluição. Mas mano, veja bem, os transportes públicos da cidade, não compensa essa utópia.
Já atrasada, durante o caminho fiquei trocando ideia comigo mesma. Já faz uns três anos que tenho algumas experiências na minha área, mas parece que não flui, não vem os frutos, e às vezes bate insegurança do futuro. Aquela comparação com os stories do instagram de gente que nem falei um único “a”, um certo conforto que parece que não chega.
Não tô falando de ter uma mansão, um tênis de mil reais e um celular que nem sei todas as suas melhores funções. É simplesmente o conforto. Pagar suas contas, ajudar a família, ter uma grana pra tirar onda, uma graninha pros estudos e de quebra ainda ter o money pra ir e voltar de uber do seu trampo.
Esse último ano de pandemia tenho pensado no que seguir, que de alguma forma venham os valores, mas que também me agreguem como ser humano. Trabalhar numa redação me parece confortável, mas fazer parte de um mestrado e, atuar como professora também me faz acelerar um pouco mais os batimentos.
Acredito na mudança pela educação, todo jornalista é meio sonhador, e eu também não consigo fugir dessa.
Ei, isso aqui não é uma reclamação, combina mais com desabafo, sigo igual àquela do Kamau “então vai reclamar de quê? pra quê? pra quem?”
