Reproduzido da Internet.

Quando o Silêncio Caiu.

Sobre assuntos não discutidos.

Danilo H.
Published in
3 min readMar 15, 2018

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Hoje celebro o inacreditável dia em que eu genuinamente parei de me importar contigo… por mais que o processo tenha sido complexo e doloroso, eu alcancei meu objetivo em tempo recorde.

Quando tudo mudou? Não faço a mínima ideia, contudo tropecei no vazio das suas palavras um dia desses e de lá não sai mais. Encharquei meus sapatos nas poças repletas de inexistência que você deixou para trás.

Você simplesmente virou as costas, saiu andando e me deixou sozinho na multidão, lembro de ter te procurado em meio a tantas outros corpos, rostos e silhuetas, porém foi em vão. Você sumiu.

As nossas ondas estavam ressonando normalmente, mas de repente houve uma interrupção brusca na transmissão e você se tornou aquele barulho infinito de interferência dentro de mim.

Você já teve a impressão de que você conhece alguém que não te conhece? Pois é assim que eu me sinto… bem, eu não terei a oportunidade de comprovar minha afirmação, porque você não está mais aqui e eu também não gostaria que estivesse.

O mundo dá voltas, não é mesmo? Logo eu que te quis por perto a todo momento, hoje dispenso-te de olhos fechados. Se enganaria fácil aquele que surgisse no meio das minhas duras palavras e dos seus vívidos olhos brilhantes. Não há uma alma que resista a você, a não ser a pessoa que vos escreve.

Sexta-feira, 21h47.

— “Como foi o término do seu último relacionamento?”
— “Hmm… como assim?”
— “Ué, como você terminou com a última pessoa com quem você saiu?”
— “Ah, não foi um término… eu simplesmente me afastei e nunca mais falei com a pessoa.”
— “Mas por que você vez fez isso?”
— “Para não machucá-la, acho que eu não teria coragem de falar tudo e acabar piorando tudo.”

Eu sempre imagino que da próxima vez será diferente, entretanto não andei tendo muita sorte… talvez eu esteja deixando algo passar, uma atitude repetida, algo no ar que eu não peguei ou até mesmo algo que eu fiz sem perceber que altera o rumo das coisas.

No entanto, o maior problema de tudo isso é que eu insisto em montar esse quebra-cabeças com dezenas de peças ausentes. Onde elas foram parar? Peguei as que pude, mas elas não formam sequer um terço da figura, como irei completá-lo?

Bem, não irei… Infelizmente ele vai para o lixo.

Eu entro em desespero quando o silêncio paira, rodopia pelo meu corpo, me aprisiona num domo e me separa do mundo. Detesto não ter respostas e, sobretudo, abomino a escuridão que me cerca quando alguém apaga a luz do ambiente enquanto eu ainda estou nele.

Eu não quero ser seu só quando você estiver sob influência.
Me recuso a fazer parte do seu mundo apenas em “lugares seguros”.
Se um dia você fizer contato visual comigo eu irei fingir que você não existe (afinal de contas, você é só uma miragem, uma pequena ilusão).
E, especialmente, eu não serei uma opção quando tudo estiver “bem na sua vida, infelizmente o universo não rotaciona ao seu redor.

Hoje o seu silêncio saiu da minha casa aos pontapés… no final das contas, alguém teve que fechar a conta e lidar com as palavras nunca ditas.

Agora lide você com o meu silêncio.

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Danilo H.

Aqui eu escrevo sobre desconfortos, alegrias e sobre nós.