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Relacionamento abusivo: não estamos imunes.

Mar
Revista Subjetiva
Published in
3 min readJul 2, 2020

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Essa semana me deparei com inúmeros posts nas redes sociais de mulheres denunciando seus abusadores, não é de hoje que podemos observar esses casos, mas em um período pandêmico, tudo fica mais intenso, maior... E fico me questionando quantas mulheres estão passando esse isolamento social com esses abusadores. Quanto de silêncio e dor ainda há por aí?

Sim, Abusadores, ABUSADORES, A-B-U-S-A-D-O-R-E-S.

De todos os jeitos, tamanhos e classes sociais. Não encontro outra palavra para definir esse tipo de violência que a maioria das mulheres viveu, vive ou que infelizmente pode viver algum dia.

Não estamos imunes, não há uma definição específica pra identificá-los. É isso que torna tudo mais difícil, porque o cara legal que você conheceu, pode acordar numa noite e apertar o seu braço, deixar marcas no seu corpo e depois sugerir ir a um psicologo pra entender o que aconteceu.

Ou o homem que você tanto ama e confia, pode simplesmente estilhaçar sua confiança, destruir seu psicológico, te fazer acreditar que você está louca, te fazer duvidar até das coisas que estão escancaradas na sua frente.

Alguns não aceitam o termo “abusador” para identificá-los, porque eles não agrediram fisicamente sua companheira… então, tratam logo de colocar uma câmera na frente, para que possam dizer publicamente que traíram, que prometeram mudanças, mas “infelizmente” não conseguiram… e que por isso não podem ser considerados abusadores.

Todo e qualquer tipo de violência é grave, seja ela física ou psicológica.

O abuso emocional existe, e precisamos falar sobre ele.

Quando você trai sua companheira, você gera insegurança. Ela vai acreditar que o problema deve ser ela e nunca você. Ela vai se questionar. Ela vai tentar buscar respostas. Ela até vai tentar “consertar” a relação. Ela pode tentar inúmeras coisas, mas infelizmente não vai conseguir. O problema não é ela, e sim, você.

Não é fácil sair desse tipo de relação, que mais parece um campo de batalha, eu já passei por isso, amigas passaram/passam por isso, e não é fácil. É muito difícil desconstruir a ideia que criamos da pessoa pela qual nos apaixonamos, é difícil ver essa pessoa que tanto amamos se transformar em um adversário.

Mas continuo desejando que as mulheres possam se libertar dessas relações. Que as pessoas que estão do lado, possam identificar essa violência e possam ajudá-las, sabendo que elas não precisam de julgamentos, mas sim de compreensão e em algum momento a luz da liberdade virá e elas poderão ver a vida com os próprios olhos. Digo isso porque quando se está imersa nesse tipo de relação, parece que a gente vê as situações com os olhos do outro; e isso é o que faz com que não consigamos enxergar o todo, o que dói, o que não está certo.

Desejo também que as mulheres possam ser rede de conexão, e assim cada vez mais possam expor os abusadores. Que as mulheres estejam sempre atentas em seus relacionamentos e não permitam nada que gere medo, desconfiança e que as façam duvidar de quem são.

Dias mulheres virão!!

Lembrem-se: nós não conseguimos mudar pessoas. O que nos resta é mudar nossa expectativa sobre as pessoas. Não temos o poder de moldar alguém para aquilo que queremos que essa pessoa seja.

Você tem de aprender a sair da mesa quando o amor já não está sendo servido. — Nina Simone.

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