Resenha: “The Great War” — Sabaton

Banda sueca praticante do chamado “Heavy Metal Bélico” celebra duas décadas de carreira com álbum conceitual sobre a Primeira Guerra Mundial

Diego Cataldo
Revista Subjetiva
4 min readAug 24, 2019

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Completando 20 anos de carreira, é possível afirmar que o Sabaton enfim chegou à maturidade com seu mais recente disco. Lançado em 19 de julho de 2019, “The Great War” marca a posição da banda sueca no cenário do metal mundial.

Grandioso do início ao fim, o nono álbum do grupo formado por Joakim Brodén (vocal), Pär Sundström (baixo), Chris Röland e Tommy Johansson (guitarras), e Hannes Van Dahl (bateria) aposta na combinação perfeita entre o lirismo e o épico.

Foto: Timo Isoaho

Tendo como pano de fundo os acontecimentos da Primeira Guerra Mundial, o álbum é uma verdadeira aula de história ao longo das suas 11 canções. Uma apuração minuciosa dos fatos para enriquecer as letras com os detalhes mais precisos sobre a Grande Guerra merece destaque e mostra o diferencial do trabalho do Sabaton: o cuidado na narração dos fatos.

Os riffs apresentados pela dupla Röland e Johansson aliados à cozinha executada por Sundström e Van Dahl dão ao álbum uma riqueza técnica e refinada. Somado a isto, “The Great War” apresenta orquestrações e coros inspiradíssimos. Em suma: uma grande amostra do metal contemporâneo.

Essa combinação do Power Metal cativante com toques orquestrais e operísticos é latente na canção “Devil Dogs”, uma ode à Marinha Americana. O refrão grandioso logo no início da música prende por completo a atenção do ouvinte. O mesmo pode ser encontrado na faixa-título do álbum.

Grande figura nas batalhas áreas durante a Primeira Guerra, Manfred von Richthofen, conhecido como o Barão Vermelho, também foi lembrado em um rock ’n’ roll dançante com teclados insinuantes. Até hoje apontado como o “ás dos ases”, Manfred foi o responsável por feitos incríveis a bordo do seu Fokker Dr. I sob o comando da Luftstreitkräfte.

Os horrores vividos pelos soldados combatentes nos campos de batalha por toda Europa deram vida à faixa-título do disco com enfoque na Batalha de Passchendaele. Em “A Ghost In The Trenches” é a vez dos feitos históricos de Francis Pegahmagabow serem contados.

Produzido em apenas três meses, o álbum começou a ser gravado em 11 de novembro de 2018, na comemoração dos 100 anos do fim da Primeira Guerra Mundial. “The Great War” é um disco maduro, cativante, cheio de energia e dotado de uma excelente estética sonora.

Para os amantes de Heavy Metal e história como eu, “The Great War” é um deleite para os ouvidos. Um grande disco para rememorar a Grande Guerra!

Track list e temas:

The Future Warfare” (Brodén) — A utilização dos tanques nas batalhas de Flers-Courcelette e Villers-Bretonneux.

Seven Pillars of Wisdom” (Brodén/Röland) — Lawrance das Arábias.

82nd All The Way” (Brodén/Sundström/Röland) — Alvin York.

The Attack of the Dead Men” (Bróden/Röland) — Batalha no noroeste da Polônia que ganhou este nome devido ao aspecto de morto-vivo dos soldados alvejados pelo gás de cloro.

Devil Dogs” (Sundrstöm/Brodén) — Batalha de Belleau Wood com destaque à Marinha Americana.

The Red Baron” (Brodén) — Manfred von Richthofen.

Great War” (Sundström/Brodén/Carlsson) — Sofrimento na Primeira Guerra Mundial.

A Ghost in the Trenches” (Brodén/Johansson) — Francis Pegahmagabow.

Fields of Verdun” (Brodén/Sundström/Englund) — Vitória francesa na Batalha de Verdun.

The End of the War to End All Wars” (Brodén) — Vítimas da Primeira Guerra Mundial.

In Flanders Fields” (McCrae/Brodén) — Poema de John McCrae, que lutou na Grande Guerra.

Sobre a capa:

A arte desenhada por Peter Sallí foi baseada no famoso diorama Man In The Mud (O Homem na Lama), de Peter Corlett. A imagem, encomendada pelo Memorial de Guerra Australiano, retrata um soldado desolado em um lamacento campo de batalha na França. A obra de Corlett demorou três anos para ficar pronta e foi exibida pela primeira vez em 1989 no Memorial.

Ficha técnica:

Nome: The Great War
Data de lançamento: 19 de julho de 2019
Gravadora: Nuclear Blast
Gravado em: Black Lounge Studios
Produção: Jonas Kjellgren
Masterização: Maor Appelbaum
Cover-Art: Peter Sallaí

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