Sobre as pessoas

Pode ser que eu ainda não saiba tudo sobre as pessoas. Pode ser que eu não saiba quase nada sobre as pessoas, apesar de conviver com elas durante todo o tempo. Porque o ser humano tem dessas coisas. É imprevisível, sabe ser solidário e pratica a empatia, isso é fascinante. Por outro lado, também sabe muito bem ser preconceituoso, arrogante e individualista, e isso é assustador.

A nossa dualidade nos define, somos aquilo que podemos ser, da forma que escolhemos ser. É como se houvesse uma divisão de nós mesmos, somos dois ou três em um só. Em alguns dias nos sentimos como donos do mundo, conformados com nosso próprios defeitos e cientes de que nem tudo é da forma como gostaríamos e está tudo bem ser assim.

Em outros dias, detestamos a imagem refletida no espelho, o diferente nos espanta, nos assombra e assusta. O mundo parece estar contra nós, tudo de repente parece tão longe e difícil, as coisas mais simples, se tornam as mais difíceis. Mas tudo isso é uma questão de tempo. Somos a cada dia, ou pelo menos deveríamos ser, versões melhoradas do passado. Há porém, alguns dias de folga de todo esse perfeccionismo.

Alguns dias serão mesmo de amargura, rotina e estresse. Em algumas situações o caos vai mesmo tomar conta do presente. Mas isso passa, sempre passa, porque estamos no controle de tudo, mas é que às vezes, um pouco de caos ajuda a manter a ordem, a enxergar o novo e a aprender mais sobre as pessoas.

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