Talvez a vida não seja sobre se tornar alguma coisa

Dayanne Dockhorn
Revista Subjetiva
Published in
2 min readJun 1, 2018

Estou me desprendendo
de tudo que aprendi
que tinha muito valor
regras, expectativas, aparências,
dinheiro
as coisas materiais que pensamos que precisamos.

Sou antropóloga e aprendi
a me despir de todos os meus preconceitos
de todas as minhas verdades
para entender melhor
o mundo das pessoas que não são parecidas comigo.
Errei ao perceber, tarde demais
que pouquíssimas pessoas
se dão esse trabalho.

Estou me desprendendo do conforto
do silêncio
da ignorância
do ódio e da indiferença
parei de roubar para mim
as ideias de como acham
que eu devo ser
o que devo fazer
ou como me comportar.

Estou me desprendendo e acordando
para a verdade de que
as melhores pessoas
são aquelas que se tornam
livres,
que deliberadamente escolhem
se libertar
porque nadar contra a corrente
é uma escolha diária, demanda força,
e em alguns dias, é normal dar uns passos para trás.
há dias em que eu quero que as pessoas gostem de mim
mais do que eu quero mudar o mundo.


Estou me desprendendo do egoísmo
aprendendo aos poucos
que as melhores pessoas
têm plena consciência
de que o mundo
não é só delas.
Nós temos sempre
tanto para melhorar e aprender
um com o outro
ficar preso e estagnado no tempo, em uma única realidade
não faz nada para ninguém
não muda nada
e o nosso mundo precisa de tantas mudanças.

Estou me desprendendo,
e aceitando que nem sempre serão flores
que às vezes isso me torna um alvo fácil
que só por ser diferente
desejarão que eu me cale
que abaixe a cabeça, não questione,
que aceite a vida como ela me foi dada.

Mas esses desejos não são meus,
são deles
e eles já ficaram para trás.

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Dayanne Dockhorn
Revista Subjetiva

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