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Sua empresa não é a sua cliente

Leonardo Fuita
Revista Subjetiva
Published in
2 min readJun 9, 2022

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Acho que a rede social que mais me irrita e que eu mais tive que me afastar é o Linkedin. Por mais que eu mal entre no Facebook mais, tenha retirado o Twitter do meu celular por causa do chorume que sai dali, o Linkedin ainda consegue ultrapassar e ser o campeão na hora de conseguir me irritar e fazer com que eu tenha vontade de nunca mais voltar lá.

Isso tudo por causa de uma série de postagens que, no final das contas, só querem conseguir o máximo de engajamento possível mesmo que com mentiras e/ou ideias completamente idiotas. Seja aquele falso agradecimento depois de ter sido mandado embora (que para mim é o mais bizarro) até ás auto-ajudas extremamente baratas e que tratam problemas complexos como coisas fáceis de se resolverem.

Em um desses eu me deparo com a frase: “A empresa que você trabalha é a sua cliente”. Uma frase que, basicamente, retira toda e qualquer responsabilidade que a empresa tem com os seus funcionários. Algo que já vem acontecendo depois que as leis trabalhistas começaram a reconhecer a terceirização como algo legal e útil para a sociedade.

O problema é que, se a empresa é sua cliente, ela pode simplesmente acabar com a relação à qualquer momento e sem qualquer obrigação. Se ela é sua cliente, como diz o ditado, ela sempre tem razão. Cabendo a você se reduzir à sua insignificância e acatar qualquer pedido que ela tenha, mesmo que seja ilegal, imoral e completamente fora do que entendemos como algo justo.

Para variar, é só mais uma maneira da máquina do capitalismo colocar a culpa no elo mais fraco caso algo de ruim aconteça. Eximindo muitas vezes as partes mais poderosas da relação e assim, deixando uma sensação que os problemas são sempre causados por nós mesmos e nunca por algo externo. O que, se você entende o mínimo de análise macroscópica, você sabe que é mentira.

Então não, caro amigo do Linkedin, a empresa não é cliente de nenhum de seus funcionários. Ela, por mais que não pareça, tem uma responsabilidade com eles e deve, sempre que possível, fazer o máximo para que a relação não seja apenas mercadológica. Sendo parte importante não só na geração de lucro como na sua responsabilidade com os outros stakeholders como governo, clientes e funcionários. Além de, obviamente, ser obrigada por lei a dar uma série de direitos que, por muita luta, foram conquistados conforme o tempo passava.

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