Temos Que Aprender A Cair.

Sobre o direito de errar.

Danilo H.
Revista Subjetiva
Published in
3 min readSep 4, 2018

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Antes de mais nada…

Você vai errar.
Você vai errar muuuuito ainda.
Você vai errar umas coisas bestas e se perguntará “Como eu fiz isso?”
Você vai errar feio ao ponto de ficar chocado com suas capacidades.
Você vai cometer um daqueles erros que você tanto condena.
Resumindo: Você vai errar. Ponto.

Ufa! Pronto, prepara o baile e me segue.

Não sei quando nós começamos a nos condenar tanto, se eu pudesse eu voltaria no tempo para impedir que isso tomasse as proporções que tem hoje.

A gente cresce com a concepção de que a perfeição é o caminho correto… não sei você, mas meus olhos automaticamente giram nas órbitas quando eu escuto aquela frasezinha clichê:

“A Prática Leva à Perfeição”

Ok, ao fazer algo várias e várias vezes há uma grande chance de você se tornar bom nisso… mas aonde entra a perfeição? Exato, ela não entra porque você não é um ser perfeito e, lamentavelmente, nunca será.

Engraçado essa premissa de nos levar a algo que não existe… então por que corremos freneticamente atrás dela? Fomos ensinados a sustentar algo que não cabe em nossas mãos.

Em nome da perfeição nós evitamos pensar sobre a possibilidade de errar, até porque isso não é nem uma opção… Errar? Para alguns essa palavra sequer existe.

Você acha que só você erra e as pessoas ao seu redor fazem tudo certinho? Hm… tenho péssimas notícias para você… O acerto é escancarado aos quatro cantos enquanto o erro é sutilmente abafado e jogado para debaixo do tapete.

É feio errar, né?

Quando você acerta é aquele mérito de encher a alma, mas quando você tem aquele deslize é como se tudo que você tivesse feito corretamente na sua vida não valesse de nada.

Um erro invalida mil acertos, não te disseram?

A gente passa a vida a toda sendo ensinado a acertar, mas ninguém fala nada sobre o errar… é igual aquele assunto de família que você não pode tocar ou aquele determinado tema (#climão) que você não pode discutir com qualquer pessoa.

Tá, mas o que fazemos ao errar?
Assumimos o erro e consertamos as coisas, né?!
Não é o que parece às vezes…

Quantos de nós verdadeiramente bate no peito e fala “Eu errei”? Saber assumir os próprios erros é uma dádiva para poucos, entretanto deveria ser o mínimo.

Ainda tropeçaremos muito nos nossos próprios pés.
Ainda levaremos muitas rasteiras.
A gente vai cair muito nessa vida.
E está tudo bem.

Se você acha que só se tornará uma pessoa melhor aprendendo mais com os acertos do que com os erros, bem, te trago más notícias… você está equivocado.

Talvez o RH da sua empresa ache isso um extremo absurdo sem pé nem cabeça, mas eles nunca te dirão que um erro é aceitável. Não importa quantas palestras motivacionais você tenha, você errará porque você é um ser humano naturalmente imperfeito.

O que te resta é buscar ser a melhor versão de você diariamente, se você der o seu melhor e, eventualmente, errar será menos pior. O importante é ter a consciência de que nos limites da sua capacidade você fez tudo o que pôde… se for o caso, então o seu dia estará a salvo.

O medo de alguém descobrir que você errou duplica as suas chances de falhar.
O medo de não ser bom o bastante
triplica as suas chances de falhar
O medo de errar
quadruplica as suas chances de falhar.
Dar o seu melhor (pessoal) em tudo
zera o placar.

Erre, aprenda (com os deslizes pequenos e com os irreversíveis) e seja honesto consigo mesmo, faça a sua parte e seja o melhor o que você puder, mas jamais seja perfeito.

Tire essa palavra horrorosa do seu vocabulário.
Sua sanidade mental agradece.

Trivia: A palavra “Errar” (e suas variáveis) foram citadas 27 vezes nesse texto só para você entender que isso faz parte da vida!

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Danilo H.
Revista Subjetiva

Aqui eu escrevo sobre desconfortos, alegrias e sobre nós.