“The Old Guard” e o cinema de ação pouco inspirado

Lucas Souza
Revista Subjetiva
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3 min readJul 18, 2020
Imagem: Netflix/Divulgação

Nos últimos anos Charlize Theron vem se consolidando como uma das principais atrizes do gênero de ação. Além de apresentar ótimas performances dramáticas. Dois exemplos da diversidade da atriz são “Mad Max: Estrada da Fúria” e “Monster — Desejo Assassino”. Então, sempre que o nome dela aparece envolvido em alguma produção cria-se uma certa expectativa. Porém, “The Old Guard” entrega um monte de clichês e ideias promissoras mal executadas.

O longa, que tem como base a Hq escrita por Greg Rucka, apresenta um grupo de pessoas imortais, lideradas por Andy (Charlize theron), que ao longo dos anos tem lutado em grandes eventos da história da humanidade. Eles se veem ameaçados quando Merrick, dono de um conglomerado farmacêutico, decide roubar o poder da imortalidade para vender em forma de medicamento.

Diferente de filmes como, “Resgate” e “John Wick”, que apresentam uma história simples, que mistura a ação com a narrativa de maneira bem eficiente, “The Old Guard” não consegue ter um enredo cativante e as cenas são mais do mesmo. O maior atrativo que seriam as cenas de pancadaria, sofrem por terem muitos cortes e serem pouco inventivas.

Imagem: Netflix/Divulgação

Em um filme de “grupo” é normal que nem todos os personagens sejam muito desenvolvidos no primeiro filme. Porém, eles precisam ter características marcantes que os identifiquem e posicionem seus papéis dentro da equipe. Em The Old Guard” apesar Andy assumir o papel de líder e os outros que ficarem orbitando em volta dela, eles pouco acrescentam e servem apenas como acessórios (eu nem lembro mais o nome deles)

E mesmo Andy que é a protagonista, apesar de carregar consigo um peso de muitos anos de batalha, se conecta pouco com o espectador. Toda a trama dela é muito mais dita do que sentida. Isso ocorre, muito porque o background da personagem é apresentado em flashes muito breves e que acrescentam muito pouco para a história. A verdade é que caso não víssemos os poderes de curas dos personagens nem acreditamos que eles são imortais.

Imagem: Netflix/Divulgação

The Old Guard até consegue entreter durante as duas horas de duração, mas entra naquela lista de filmes esquecíveis feitos pela Netflix, sob medida, para criar uma franquia e preencher o catálogo do serviço. O longa não consegue articular os elementos característicos do gênero de ação para criar uma identidade própria.

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Lucas Souza
Revista Subjetiva

RJ, 22 anos, estudante de jornalismo. Nas horas vagas escrevo sobre filmes e séries