Todo ano é novo
Cortou os cachos em uma altura que não lhe era familiar. Parou de procurar emprego quando admitiu que não era entre os corredores da repartição que encontraria um propósito. Finalmente largou o cargo e aquele homem. Comprou um apartamento na cidade que não era a sua com o dinheiro dos bares e festas que em breve deixariam de ser lar. Vendeu o carro com o porta-malas cheio de escolhas e seguiu a pé em direção a outros caminhos. Deixaria as coisas darem certo e decidiu não mais dar ouvidos às versões de si mesma que a convenceram do contrário todo esse tempo. O calendário ainda estava cheio de páginas e vida não marcou data para virar do avesso, mas a verdade é que elas sabiam. De um jeito estranho e desavisado, elas sabiam que estavam bem.