Fonte: Reprodução (Google)

Tudo o que eu sinto cabe em uma música

Hadassa Nunes
Revista Subjetiva

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Me sinto acompanhada pela música desde muito nova. Escutá-la, senti-la e perpetuá-la é o que eu faço de melhor. Nascida em um lar cristão, meu primeiro contato com a música foi com o segmento gospel, salvo as vezes que escutava meu pai ouvir Michael Jackson ou Stevie Wonder. Gostava das canções que escutava, mas nada me tocou mais profundamente que Djavan.

Eu tinha pouca mais de 8 anos, quando me apaixonei pelo disco do Djavan Ao Vivo Volume 1 e 2, no ano de 2008. Minha vizinha buscava todos os dias os filhos na escola e de quebra sempre me trazia junto, pois morávamos no mesmo condomínio. No trajeto feito de carro, vínhamos escutando Samurai, Azul, Lilás, dentre outras faixas. Me apaixonei. Lembro de implorar minha mãe para comprar os CDs para ouvir em casa e assim ela fez. Até hoje sinto um mix de sentimentos ao escutar cada música, é incrível o poder que esses discos tem sobre mim.

Não sabia que ao longo da vida poderia gostar de coisas tão diferentes. Rock, Reggae, Funk, R&B e até Forró. Acho que passei por todas as fases musicais possíveis e só consegui definir o que realmente me tocava já na vida adulta. Não que os demais segmentos não tenham um local especial no meu coração, mas o R&B de longe se destaca.

Os instrumentos musicais, o amor, a melodia, a sensação de ser completa. Nada me toca mais profundamente do que uma música. Elas traduzem os melhores e piores sentimentos e, muitas das vezes, nos marcam de forma incontestável. Um relacionamento, um momento da infância, uma dor muito grande. Tenho uma música para cada momento e isso ficou muito claro para mim quando eu escutei o termo “ancoragem musical”. Basicamente, o ato de associar uma música a uma pessoa ou vice versa. Quem me apresentou a essa terminologia talvez não saiba que aquilo me fez refletir muito e ainda o faz. Me peguei analisando a quantidade de vezes que estraguei uma ótima playlist porque a ancorei em alguém, ao fim de tudo nem fones restaram.

Músicas são histórias cantadas, um desespero jogado para fora, um choro sentido, uma balada a caminho do trabalho, uma prisão em eternas memórias. Eu ainda consigo sentir dor ao ouvir Sweetest Goodbye do Maroon 5, ela me remete um momento de ruptura muito grande. Me sinto agraciada pelo céu toda vez que escuto Azul do Djavan. Me sinto esperançosa em relação ao futuro quando escuto Call It Home do The Foreign Exchange. Poderia citar diversas músicas para infinitos sentimentos que não caberiam aqui, porque tudo o que eu sinto cabe em uma música (ou talvez em algumas).

Clipe “Body” do The Foreign Exchange | Fonte: Reprodução (Google)

Musicalmente falando, aprendi a ancorar algumas músicas apenas a mim. Não importa a onde eu estava ou com quem, aquela música é minha. Diz mais sobre mim do que sobre nós, do que sobre tudo. Porque eu consigo sentir o amor ao escutar Come Around do The Foreign Exchange, fica mais fácil compreender a solitude ao som de do Kamau, e claro, não tem como sofrer sem escutar Só Tinha de Ser Com Você de Elis Regina e Tom Jobim.

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