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Vale a pena trocar a sua sanidade por dinheiro?

Leonardo Fuita
Revista Subjetiva
Published in
3 min readFeb 22, 2022

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Cada vez mais nós vivemos em um mundo mais conectado. O que, a primeira vista, parece maravilhoso. Afinal, agora podemos saber sobre os mais diversos temas com apenas um clique. Temos uma biblioteca gigantesca esperando por nós, e através dela conseguimos estar conectados com esses grandes conhecimentos, assim como com outras pessoas que gostamos e que queremos continuar cultivando uma amizade.

O problema é que essa hiperconectividade também chegou no nosso trabalho. Se antes você saía do trabalho e só iria ouvir falar sobre qualquer que fosse o problema no outro dia, hoje temos celulares tocando o tempo inteiro, seja com ligações ou com notificações de pessoas que querem saber e resolver problemas naquele momento. O que ajudou no trabalho, mas com toda certeza nos trouxe uma série de problemas que antes ficavam por lá para dentro das nossas casas.

Além disso, existe uma cultura dentro do nosso país, e talvez até em outros, de que você estar sempre disponível para a empresa que você trabalha é algo muito desejável. Afinal, são essas pessoas que conseguem subir os degrais da hierarquia e, principalmente, da remuneração dentro das companhias. Já que é muito melhor você subir alguém que esteja sempre disponível do que um cara que sai entra as 9h e sai as 18h do trabalho, não é? Quem é mais comprometido com a empresa?

Essa talvez seja a maior mentira que meritocracia nos conta. Que as pessoas que são mais dedicadas, melhores nos seus trabalhos, conseguem galgar espaços dentro da empresa e ir crescendo até se tornar um diretor ou um gerente de respeito. E não que, na verdade, quem consegue esse tipo de coisa no final é quem abdica da própria vida e puxa o saco de quem está acima para aí sim, conseguir subir de posição.

Só que será que vale a pena? Alguns dirão que sim. Afinal, você ganhará mais dinheiro e conseguirá conquistar mais bens e assim ter uma vida mais confortável e não ter que pensar em dinheiro nunca mais. Mas eu discordo desse pensamento. Justamente porque as pessoas que eu descrevi acima são as mais infelizes que eu já conheci.

Além disso, não só estão mais infelizes, como em geral tem uma saúde extremamente prejudicada pelo constante estresse e pela falta de capacidade de separar o que é vida pessoal e o que é vida profissional. Se tornando sim pessoas muito bem sucedidas no quesito financeiro, mas na grande maioria dos casos não tão felizes quanto achamos que elas deveriam ser.

Vale a pena trocar a sua sanidade por dinheiro? Trocar a sua vida pelo dinheiro? Acho que cada um tem a sua resposta. A minha é simples: não. Óbvio que falo isso de um pedestal de privilégio de nunca ter passado nem um pouco perto de não ter minhas necessidades básicas supridas. Mas é o que eu enxergo à minha volta nesse exato momento da minha vida.

Dinheiro é ótimo e muito importante para a nossa vida. Mas ele sozinho está longe de trazer o que todos nós buscamos: a felicidade. Algo que você só consegue aproveitar se tem tempo, saúde e, principalmente, sanidade mental. Uma sanidade que essa máquina de moer gente que são a grande maioria das empresas que eu conheço, é muito mas muito difícil de se recuperar.

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