Validação e Ansiedade

As consequências para quem é fixado por likes

Eliel Oliveira
Revista Subjetiva
3 min readApr 15, 2017

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(Fonte de imagem: Mscnd)

Muito se fala a respeito dos motivos que causam a ansiedade nos jovens hoje em dia, os chamados triggers, e eles são muitos, eu poderia listar vários aqui. Porém, nesse artigo, vou focar em apenas um deles: o post. Simples, um post gera ansiedade. Aliás, ele deixa os inseguros da vida mais inseguros ainda, aflitos, uma apreensão quase insuportável. “E… Foi. Agora é só esperar. Quantos likes será que eu vou receber? Será que todo mundo já viu? Será que quem viu gostou? Será que vão comentar?” Os minutos passam, e tanto quem recebe diversos likes ou quem não recebe nada, todos tiveram um momento de expectativa. Porém, nesse curto período de tempo, a frequência cardíaca aumentou. Talvez até drasticamente. E é aí que está o perigo. O número de likes se torna algo necessário para que a pessoa se sinta validada e, consequentemente, quanto mais likes ela receber, melhor ela vai se sentir. Nesse caso, a dopamina entra em ação, deixando a pessoa viciada.

Não é novidade que os índices de jovens com quadro de ansiedade elevada vêm aumentando drasticamente nos últimos anos, e o uso constante (quase compulsivo) das redes sociais tem sido um dos principais motivos dos casos. Alterações de comportamento, agressividade, mudanças repentinas de humor, e muitas outras consequências que podem até levar à depressão.

No Youtube, o que não falta são relatos de pessoas que já passaram por isso, se dedicaram tanto a serem as “melhores” que acabaram tendo colapsos nervosos, ataques de pânico e precisaram até de acompanhamento psiquiátrico. Se há um lado bom nessa história, é que depois que o pior passa elas não têm medo de falar abertamente sobre o assunto e quem os assiste até se sente mais confortável, motivado a fazer o mesmo - buscar ajuda.

Mas isso não poderia ser evitado?

A fixação pela melhor foto, melhor vídeo, melhor legenda, melhor tudo está acabando com a juventude aos poucos.

Muitos pais sequer sabem o quanto os filhos estão se expondo dessa forma online e o esforço gritante que fazem para se destacar dos outros. É uma comparação doentia, que mexe com a autoestima. Infelizmente, ainda há o estigma atrelado à ansiedade como se ela fosse mais uma forma de chamar a atenção, o que dificulta ainda mais esse diálogo.

Falar sobre esses tipos de transtornos requer bastante cuidado e informação, principalmente por que muitos jovens se auto diagnosticam, colocando o próprio bem estar em risco. Mas aos poucos, eles vão aprendendo, as consequências dessa busca desenfreada pela validação de certa forma os leva a refletir sobre o que realmente importa: se auto sabotar através das redes sociais ou utilizá-las como ferramentas de conscientização, alertar sobre os ricos do uso excessivo das mesmas. A saúde mental é tão importante quanto a física e merece ser discutida abertamente nos espaços onde a juventude está mais inserida.

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