poesia em tempo de pequenas mortes
I — mesa de corte
Enxoto a culpa
com anos de navalha
Entorto os planos-metralha
pra caber
Na mesinha metralhadora de planos — corrijo, Hoje
sou ave
me alço
II — mineirinho
Cabelo nego duro preto
atemora
ressaltado pelos cantos crisp de cebola
que se esfarela no canto, o sangue
da boca
III — batwoman
voo rasante.
hoje eu preciso
ditar a lei dos mortos, hoje
sou pantera do avenir
serro o futuro forense
o mastro, a caralho
o estandarte
o calhamaço francês
como a língua atrás da vidraça, hoje
sou paga: boquete de letras
cada espasmo,
anti-gozada
IV — drops do dops
vociferaram os búfalos
é coisa forte de falar
tortura-se a surdo
é coisa
para de falar
*
castraram o poema.
cortaram-lhe fora.
o poema
sobrou
jorrou
poesia
aos murros, aos
surdos, aos
*
houve
-um estampido.
-ouve?
V — ismoterror
prezado
aviso que vou matar
o próximo
ser humano a
VI — fórum
Crianças em delírio coletivo
a princípio foi jesus cristo
depois
youtube com isso