Vá à praia
Se quiser liberdade, vá à praia. Nem tô falando de usar biquininho, mostrar o bumbum, nem de tomar cerveja com um pouquinho de sal do mar. Também não tô falando de misturar mate com limão e caipirinha de fruta artificial. Mas, vá, vá à praia.
Na praia você aprender que o sol atrás de um prédio de concreto passa pelos fios d’água de um chuveiro sempre lotado de pezinhos de areia molhada. E você vai querer olhar o sol fluindo em gotas d’água até levar uma bolada vinda do altinho. Ou o mar pelas costas, querendo te engolir durante uma forte ressaca — você é o remédio pra enxaqueca do mar.
Se você for à praia — e vá à praia — você vai querer correr nos pequenos buracos que são as passadas de outras pessoas, que passaram correndo e sorrindo e deixaram nos grãos as impressões digitais de um sorriso.
Na praia, quando você for — e vá — ao olhar pro alto você vai ver a liberdade: o o Homem-Aranha no céu, de paraquedas, e só.