Que QA sou Eu?

Caroline Ita
Revista eQAlizando (antiga Revista TSPI)
5 min readJul 8, 2020

Você certamente já viu essas duas letrinhas por aí QA, essa palavra ficou muito popular nos últimos anos, principalmente no Linkedin e nos sites de vagas mas o que realmente significa isso? Quem são? Quais os seus papéis e responsabilidades e como eles efetivamente ajudam seus times?

“Teenager thinking near laptop” designed by Freepik

Se você sabe a resposta dessas perguntas de cabeça , você deve ser aluno do TSPI do Júlio de Lima. Brincadeiras a parte, ainda existem lugares onde essas perguntas seguem sem respostas e locais onde infelizmente esses questionamentos nem foram feitos.

O capítulo de QA que eu faço parte, com ajuda do Tadeu, nosso facilitador, perante a esse desafio decidiu aplicar a técnica do ‘É/ Não É / Faz / Não Faz’, com o objetivo de apresentar como o tal do QA pode contribuir com o time.

Isso nos permitiu de maneira colaborativa nos alinharmos como capítulo antes de passar isso para empresa.

Bom, muito legal e bonito isso aí que você falou, mas como eu aplico e quais os resultados?

Como mapeamos o papel do QA

Primeiro você vai precisar de um quadro separado em 4 partes e post-its, caso esteja trabalhando de forma remota, você pode contar com uma ferramenta, a JamBoard da Google.

Com o quadro pronto, é determinado um tempo para que o time preencha os post-its em cada um dos quadrantes, por exemplo, 5 minutos.

Uma dica, usem cores de post-its diferentes para cada quadrante, deixando-o visualmente mais segmentado.

O nosso ficou assim após as 4 rodadas:

Com o quadro pronto, o time de QA tem novamente um time box para discutir o que foi colocado no quadro e organizar as ideias. Usamos 10 minutos para concluir essa discussão.

Dessa forma, conseguimos tanto entender a visão individual dos integrantes do time, quanto qual o papel do QA e suas responsabilidades. Além disso, foi possível compartilhar junto ao Capítulo a nossa percepção sobre o QA.

Os principais benefícios que eu enxerguei ao utilizar essa técnica foram:

  • Uniformizar nossa visão como time e alinhar nosso discurso
  • Maior interação e atuação de todos do time
  • Deixar bem claro nosso papel e nossas responsabilidades
  • Fazer isso de forma efetiva com o time box de até 1 hora

Documentamos internamente essas definições e, como próximos passos, apresentaremos o que foi definido para toda a empresa.

Responder a essas perguntas não foi muito fácil e precisei consultar tudo que eu ouvi e aprendi sobre testes na minha carreira e decidir o que trazer junto ao time naquele momento. Algumas referências me deram ótimos insights nesse estudo prévio:

Uma delas é a talk do Og Maciel , dentre tantas coisas fantásticas que ele disse, uma me marcou, ele disse algo como:

“Você tem que mostrar para as pessoas que você não tem uma varinha de mágica , que quando chegar a nova feature para testar, você não vai balançar a varinha e pronto, qualidade foi adicionada”

Em vez de ser o chato que só no final do processo, quando se tem algo construído , aponta todos os defeitos daquilo, por que não se envolver em todo o ciclo de desenvolvimento de software?

Que tal sair da caixinha de testes que as vezes a gente entra ou nos colocam? Então bora andar por todo o processo, sugerindo melhorias e se colocando a disposição para colaborar, seja adicionando critérios de aceite com o PO, seja levando os cenários escritos para o refinamento ou seja pareando com pessoas desenvolvedoras para escrever os testes unitários e aumentar a cobertura.

O negócio é fazer todo o time se envolver com a qualidade e se sentir responsável. Meus colegas Rafael Albuquerque e Thamyres Moraes falam de maneira prática e dão vários insights nos respectivos “QA, seja bem-vindo(a) ao princípio das coisas” e “Shift-Left Testing”, não deixem de ler.

Outra coisa que me marcou , que sempre me vem a cabeça quando eu penso no meu papel como QA , foi algo que eu li no e-book do Júlio de Lima para iniciantes na área, algo como:

“Antecipe comportamentos inesperados e riscos”, “Se preocupe se o que está sendo desenvolvido resolve os problemas do seu cliente” e “divida essa mentalidade com seus amigos do time”

Essas são as coisas que me marcaram e que me fazem querer que o meu papel seja colaborar com o meu time e trazê-los para jogar junto comigo, me ajudando a escrever cenários de testes , a corrigir automação de testes, a fazer revisões. Tudo isso para que juntos possamos produzir o nosso melhor, para o nosso cliente ter um serviço ou produto em mãos que realmente resolve o seu problema e que deixe a vida dele mais fácil ao invés de dificultá-la.

E vocês, que papel e que responsabilidades vocês querem ter como QAs?

Queria agradecer o Júlio de Lima por me convidar e encorajar a escrever sobre essa experiência, a galera que revisou de forma criteriosa e deu vários bons insights, em especial Rafael Albuquerque, Gabriel Santos e João Lucas. O capítulo de QA, Elias e Day que vivenciaram comigo essa dinâmica.

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