Acervo Bodisatva | Relações positivas equilibram o ambiente

Nesse texto de 2008, o Lama mostra como o caminho espiritual é a peça-chave para a compreensão da verdadeira mudança que desejamos fazer no mundo

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RevistaBodisatva
3 min readAug 31, 2017

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“Como estabelecemos essas relações apropriadas?”. Arte de Aditya Aryanto

Nas várias tradições religiosas, especialmente no budismo, o que nós buscamos é ajudar a equilibrar a natureza e as relações humanas, pois o modo como vivemos hoje está desequilibrado. Este desequilíbrio produz, naturalmente, outros desequilíbrios. Chega-se ao ponto em que o software desta desarmonia afeta a própria sustentabilidade, transformando-a em uma questão fundamental. O diálogo entre budismo e ecologia se estabelece a partir dessa constatação.

No budismo, diagnosticamos essa situação como sintoma de uma doença ampla, a doença do samsara, demonstrada através dos Doze Elos da Originação Interdependente. Começamos com o primeiro elo, a ignorância, que é uma expressão da nossa possibilidade de ação. Ao agirmos de determinadas formas, ficamos presos às coisas que produzimos e esquecemos a nossa capacidade de reinventar. Ao seguir nessa construção caracterizada pelos doze elos, chegamos ao décimo primeiro elo, onde nos encontramos muito ocupados, defendendo nossas identidades e visões parciais.

Na tradição budista, o tema da ecologia é apenas um entre vários outros nos quais essa abordagem geral é pertinente. Temos também dificuldades semelhantes nas relações das pessoas e na relação conosco mesmo. Assim, na visão budista, precisamos ultrapassar os doze elos, ultrapassar a construção de samsara.

A questão básica é a energia. Sua Santidade, o Dalai Lama, resume esse ponto de uma forma interessante. Ele diz: “Se simplesmente seguirmos para onde a sociedade está nos levando, ainda que esse caminho pareça produzir alguma vantagem, ele não produz felicidade duradoura. Nossa energia não é contentada de fato.” Isso é muito importante. Samsara é uma fraude. Não nos leva onde diz que vai nos levar. Por outro lado, se estabelecermos relações positivas conosco mesmos e descobrirmos que isso é muito bom, há uma energia que flui. O ponto central é fazer essa energia fluir. As indicações sobre o que devemos ou não fazer são antigas em várias tradições. Deveríamos entender que essas indicações não têm funcionado; não bastam as recomendações.

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Texto acima foi publicado na Revista Bodisatva n. 16, em janeiro de 2008. Você pode adquirir esta e outras revistas na loja virtual do CEBB.

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