Olá! Pedro Ramalho. Prazer.
Escrevo.
E escrevo sobre um monte de assuntos. Sobre aquilo que vivo, que vejo. Das coisas que lido. Que penso. E que sinto.
Coisas.
Gabriel me veio com a proposta de postar textos meus aqui e, como um escritor que quer ser lido, aceitei como um macaco aceita banana.
Portanto aqui estarei presente algumas vezes na semana.
O nome da coluna será Desmanche porque… Bem… Quando a gente desmancha algo, quase sempre a gente se depara com o que não se esperava.
Segue, então, o primeiro texto!
DIGNIDADE
No início da minha adolescência, eu gostava de jogar videogames. Jogava também futebol ali, mas não era minha preferência. Eu preferia jogar jogos com voos, superpoderes e coisas impossíveis. Mas jogava futebol virtual sempre que um primo meu pedia.
Ele tinha o mesmo videogame e também a mesma versão do jogo. Desafiávamo-nos constantemente, mas claramente eu jogava melhor que ele, e sempre ganhava aplicando goleadas. Eram sempre placares que demonstravam óbvia dominância minha no jogo.
Já o deixei ganhar algumas vezes, confesso, mas ele sempre manifestava forte descontentamento ao me perceber — aquelas vitórias não eram verdadeiras, e, portanto, não significavam nada.
Nas competições, é praticamente uma humilhação simular resultados que não reflitam a realidade, ainda que por pena ou por uma suposta cordialidade. E, àqueles que valorizam a competição com (e como) dignidade, é inaceitável ser vítima dessa mentira.
Me lembrei disso quando assisti ao jogo do Barcelona contra a Chapecoense em 2017.
A Chapecoense, time catarinense, vinha de um 2016 cheio de feridas e se encontrava na situação de ter que montar toda uma equipe do zero. E foi então, por solidariedade, convidada pelo time catalão a participar de um amistoso cujos proventos auxiliariam na reconstrução do time.
A Chapecoense foi à Espanha. O Barcelona recebeu a equipe, sediou o jogo, e muito respeitosamente ganhou por um placar de 5x0.
- RAMALHO