MEMEMORANDO: O Cacetinho

— Por Que Alfa?

Hohoho, são tantos os motivos que só de pensar nas nuances para esse texto, chega a manteiga derreteu!

O VT comercial da padaria é uma verdadeira obra de arte da VS PUBLICIDADE, que segundo o próprio criador, tinha como objetivo atingir apenas a própria população do pequeno interior Maranhense, mas ao cair no Youtube se alastrou pelo Brasil de forma viral. De Codó para o mundo: O VT da Alfa é um fenômeno incontestável! Desde que virou Jingle no canal do AtilaKW, o número de reproduções é incontável, tendo em vista que tanto a versão original quanto a paródia são difundidas em todas as redes e não caem em esquecimento há quase 9 anos, sendo tema recorrente de outros canais, onde podemos encontrar vídeos recentes apresentando Regina e Iris, as principais atrizes da propaganda.

Mas afinal, o que há de tão incrível no VT da Alfa? Respondo: A cara do Brasil!

Tosco de doer, o VT junta imagens captadas na padaria sobrepostas pelas imagens caseiras onde as meninas interpretam um roteiro impecável e contracenam com um boneco de Papai Noel. Não bastasse esse combo, as caractériscas físicas e a atuação infantil das garotas, acrescentam um brilho incrível ao conjunto: A banguelice de uma, a vesguice da outra e o jogo de ombros da terceira garota ao falar dos bolos, salgados, doces e pães quentinhos, seriam um sucesso por si só, mas creio que o ápice de comoção evocada pelo vídeo mora na sacanagem, no CACETINHO.

— E você Papai Nuel, gosta mais do que?

— Ho ho Ho. Do cacetinho!

Eu poderia falar disso através de duas abordagens. Uma chatonilda e mais acadêmica, me debruçando na problematização sobre a posição que o falo ocupa na sociedade machista e patriarcal, questionando também o que há de engraçado nesse duplo sentido da palavra, tendo em vista que não há problema algum em gostar de um cacetinho, mas vou por optar pela segunda abordagem, e tratar isso de uma maneira mais justa, saudando a incrível capacidade do brasileiro de enfiar conotação sexual em tudo de uma maneira tão sutil que impressiona.

(usei a palavra enfiar propositalmente na ultima sentença e não quero que ninguém perca isso de vista)

Enfim, ao cacetinho. Também conhecido como pão francês, pão de sal, massa grossa, aguado, careca e pão de trigo, dentre muitas outras variações ao redor desse país continental que a gente ama. Sem dúvidas, chama-lo de cacetinho é uma arte criada e/ou perpetuada pela graça que o brasileiro vê na exaltação cotidiana do sexo, que como diria Chorão, é tão natural quanto a luz do dia.

A coisa toda do gostar de um cacetinho pode sim ser instrumentalizada como uma chacota preconceituosa, mas acredito que isso depende mais do receptor e de como ele trata a informação. Para mim o hohoho ou o hahaha que mora na preferência do Papai Noel da Alfa, não é problemático, porque segundo o próprio dono da padaria, a qualquer hora, tem cacetinho quentinho para quem quiser. Imagina que delícia, quem não gosta?

Huuuuuum chega a mantêga derrete

Eu imagino as meninas vendo esse comercial hoje e entendendo que a graça ali não era só elas, e sim, essa piada que o próprio projenitor colocou num comercial que nas palavras do próprio, mirava mais o público infantil de Codó “que gosta bastante de tudo que tem na padaria”. Imagino também o que se passava na cabeça dele criando o roteiro do VT, e pensando que a cereja do bolo seria o Papai Noel dizendo que preferia o cacetinho. Vou além, como será que o dono da Alfa recebe essa peça publicitária e reage a ela?

Acredito mesmo que eles jogam isso no ar sem imaginar tamanha repercussão fora da cidade, mas com certeza o tom já era de descontração e de puro riso num final de ano que prometia prosperidade à panificadora, que hoje é ponto turistico do pequeno interior Maranhense.

A formula do sucesso da Alfa foi acreditar no riso, e para mim isso diz muito sobre o Brasil e sobre a nossa forma de levar a vida! Que assim seja, aprendam!

Um dia eu quero conhecer Codó e provar do cacetinho quentinho da Alfa.

Love, love, love!