“PENSE, SINTA, VIVA!”, livro de prosa poética e poemas de autoria feminina é lançado em Bauru

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5 min readDec 6, 2022

No próximo dia 10 será lançado o primeiro livro da jovem Gabriely Aparecida Pedro no Teatro Municipal de Bauru

Por Nathalia de Assis Silva

É necessário valorizar a produção literária que movimenta o interior de São Paulo e, portanto, vamos apresentar a escritora Gabriely Aparecida Pedro. Natural de Cafelândia-SP, iniciou seu processo de escrita ainda na adolescência e hoje, aos 23 anos, lança seu primeiro livro no próximo dia 10 de dezembro (sábado), às 15 horas no Teatro Municipal de Bauru, cidade que reside atualmente.

Gabriely tem 4 dicas para as autoras iniciantes, acompanhe ao longo dessa leitura.

1.“Não desista! Porque pode parecer difícil conseguir publicar um livro, mas não se pode desistir de um sonho, porque ele faz parte do nosso ser.”

O livro intitulado “Pense, sinta, viva! Prosa e Poesia”, reúne textos em prosa poética e poemas escritos ao longo de sua adolescência. Gabriely mencionou como foi seu processo de escrita: “Quando reuni os poemas, percebi que eles eram como uma viagem ou uma jornada dentro do meu ser, e ao passar perto de uma linha de trem li aquelas três palavras: ‘Pare, olhe, escute’, então surgiu em minha mente o nome ‘Pense, sinta, viva’.

As leituras que mais inspiram a autora são: O livro A invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick, O jardim secreto, de Frances Hodgson Burnett, O diário de Anne Frank, Persuasão, de Jane Austen e A ilha misteriosa, de Júlio Verne.

2. “Leia muito, principalmente do gênero que você escreve, pesquise muito sobre tudo que envolve a escrita e o mercado editorial, escreva sem pressão, pois vejo muita gente achando que um escritor tem que escrever todos os dias, mas isso não é verdade, devemos escrever por amor, para não ficar massante.”

O título do livro Pense, sinta, viva! é um convite proposto pela autora Gabriely Aparecida Pedro para nos aventurarmos na leitura da sua obra pioneira, que reúne textos em prosa poética e poesia.

Partindo desse momento de lançamento literário, eis que um questionamento paira sobre nós: quantas autoras mulheres você já leu? O meio literário é majoritariamente masculino, e ao longo da história, as mulheres foram negligenciadas, quando conquistaram um espaço mínimo para publicar seus livros, a crítica e os setores acadêmicos, categorizaram suas obras como “literatura feminina”, para subestimar e definir um nicho, reforçando o viés excludente e machista.

Em contrapartida, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que contabiliza o perfil de leitores no país, informa que as mulheres leem mais do que os homens. Segundo o estudo realizado em 2020, 52% das mulheres do país são leitoras, enquanto a porcentagem para os homens é 48%.

Para dar conta dessa contradição e inverter os protagonismos da história, surgiram projetos para melhorar o cenário. Um deles foi uma iniciativa lançada pela escritora Joanna Walsh em 2014, o #readwomen2014, que inspirou em pouco tempo um grupo de mulheres paulistanas que propôs o movimento Leia Mulheres, popularizado pelo país, inclusive no município de Bauru.

3. “Viva, não deixe de fazer outras coisas só para ficar escrevendo, porque é na vida que encontramos inspiração.”

Representatividade feminina nas premiações literárias

Ao tratarmos de representatividade feminina podemos comemorar algumas conquistas deste ano. As premiações literárias consagraram grandes nomes femininos e abriram espaços de grande notoriedade, como no caso do prêmio Nobel de Literatura nomeando a autora francesa Annie Ernaux. Na Festa Literária Internacional de Paraty, Flip, a grande homenageada foi Maria Firmina dos Reis, a primeira autora negra a receber este destaque.

Não podemos deixar de citar o Prêmio Jabuti de Literatura, que homenageou a filósofa, escritora e ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro, Sueli Carneiro. Nas categorias literárias, o Romance Literário foram cinco mulheres as grandes finalistas: Aline Bei, por Pequena coreografia do adeus (Companhia das Letras); Andréa Del Fuego, por A pediatra (Companhia das Letras); Natalia Borges Polesso, por A extinção das abelhas (Companhia das Letras), Tatiana Salem Levy, por Vista chinesa (Todavia) e tendo como a vencedora Micheliny Verunschk por O som do rugido da onça (Companhia das Letras). Já na categoria contos, Eliana Alves Cruz (Malê Editora), recebeu o prêmio com a obra A vestida: contos e por sua vez a grande vencedora na escrita de Poesias foi Luiza Romão (Editora Nós), com o livro Também guardamos pedras aqui.

4. “E para publicar, como já disse, pesquise bastante sobre o mercado editorial, se tiver redes sociais siga editoras, entre em contato com elas, principalmente por e-mail para perguntar se eles aceitam originais e como funciona, se terá que investir financeiramente ou não, e se for publicar de maneira independente, pesquise muito também, porque são várias etapas, revisão, diagramação, capa, impressão, e muitas outras coisas. Pesquise muito, mesmo!”

O nosso convite é que mais obras escritas por mulheres façam parte da sua estante. Some sua voz nas divulgações, nas redes sociais, nas faculdades e nas rodas de conversas, para que o universo literário seja mais amplo e de fato universalize para todos os gêneros.

O livro “Pense, sinta, viva!” é um convite proposto pela autora Gabriely Aparecida Pedro para nos aventurarmos na leitura da sua obra pioneira, que reúne textos em prosa poética e poesia. O lançamento acontecerá no dia 10 de dezembro (sábado) às 15 horas no Teatro Municipal de Bauru, localizado na Av. Nações Unidas 8–9.

O livro será vendido tanto em formato físico quanto em e-book, em físico será vendido pelo site da editora Paradoxum e o e-book será vendido na Amazon.