Lamúrias do Eu

Mulher na janela. Salvador Dalí. 1925.

Embriagada pela raiva tudo me revolta

Com o céu sem estrelas o meu Eu está acabado

A sua paz me traz de volta

O sorriso da alma que estava trancado

Me debruço na janela da vida

Como quem mergulha no mar de indagação

Talvez, em busca de uma saída

E deixar ecoar o grito do meu coração

O tempo me arrasta para o nevoeiro

Aos poucos a nitidez do meu consciente se esvai

Entrelaçada em seus braços eu me remonto por inteiro

E a chuva fina da agonia se vai

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Alline Rodrigues
Revista Literária Mente

Poemas, Ensaios e quem sabe alguns Contos. Palavras não ditas adoece a alma.