Minha antiga morada

Raimundo Bueno Sturaro
Revista Literária Mente
1 min readMay 30, 2024

Minha casa antiga cheira a solidão e nobreza,
Velhice e miasmas de inglório anoitecer;
Fungos, mofo e infiltrações mancham em alto relevo.

Alvenaria medieval de sonho declarado;
Passos pela madrugada ressoam no gabinete fechado.
Pedante,a muralha assombra a rua de classe média no isolamento de uma vizinhança insólita.
Luzes acesas escondem-se nas cortinas do ruído branco de presenças ocultas .

Minha casa cheira a solidão, passado e retratos,
Mestiços bastardos;prestígio e ocaso;
Quando me recolho no quarto não posso conciliar o sono com sua sedução de morte e saudade.

My old dwelling

My old house smells of loneliness and nobility,
Old age and miasmas of inglorious nightfall;
Molds, mildew, and infiltrations stain in high relief.

Medieval masonry of declared dream;
Footsteps through the dawn resonate in the closed study.
Pedantic, the wall haunts the middle-class street in the isolation of an unusual neighborhood.
Lights hidden behind curtains of the white noise of hidden presences.

My house smells of loneliness, past, and portraits,
Bastard mestizos; prestige and decline;
When I retire to the room, I cannot reconcile sleep with its seduction of death and longing.”

--

--

Raimundo Bueno Sturaro
Revista Literária Mente

Casado,transgressor congênito, apaixonado por arte antiga européia e futuro bacharel em Letras; voraz leitor e poeta https://medium.com/revistaliteraria