Pratos Das Últimas Primaveris Horas
I
Primaveril fome preenche
O meu prato sempre muito vazio,
Primaveril sede consome
A minha garganta sempre muito seca.
Primaveril mistério escorre
Pelas minhas obscuras veias,
Primaveril cemitério concorre
Pelas minhas poéticas teias.
As últimas horas
De uma Primavera
De tristes flores.
As últimas horas
De uma Primavera
De massacradas flores.
II
Primaveril solitário banquete
Onde fantasmas me alimentam,
Primaveril solidário confete
Onde comemoro minhas lendas.
Primaveril prisão que comporta
Todas as camadas não-nascidas,
Primaveril exaustão que acomoda
Todas as câmaras não-construídas.
As últimas horas
De uma Primavera
De angustiadas flores.
As últimas horas
De uma Primavera
De lamuriosas flores.
III
Primaveril abissal manjar
Desprezado pelos Deuses,
Primaveril desastroso cardápio
Desprezado pelos Demônios.
Primaveril ocasião para refletir
Diante dos corpos nos escombros,
Primaveril oração para repetir
Diante das lágrimas nos sonhos.
As últimas horas
De uma Primavera
De violentadas flores.
As últimas horas
De uma Primavera
De vilanizadas flores.
Inominável Ser
CONTANDO
FAMINTO
AS ÚLTIMAS
HORAS
DESTA INDIGESTA
PRIMAVERA
Inomináveis Saudações, leitoras & leitores virtuais!
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