(ainda sem nome)
I.
há nas mãos de tudo
um começo
com as tuas, o convite
ao inevitável:
fazer companhia
aos nossos desamparos
correr sem que vire ruína
nos teus braços
só hoje te ouvir
como quem procura a noite
II.
há nas mãos de tudo
um desamparo
dançavam feito dois abandonados
nossa solidão não aprendeu
te vejo como rios
cortando a beira do fogo
fora deste mundo
fazer endereço nessa tua pele
a hora mais longe te digo
não se apaga sem doer
III.
há nas mãos de tudo
um desenho
nelas,
uma linha se abre:
te ver neste futuro agora
só pra dizer que ainda sou tua
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