Amadisse
A cegueira das cores
Cinzas estradas dos sábados
Solidão dos bichos alados
Meu peito sob pura desordem
Critérios tirados das mortes
As sombras pairam no princípio
Nos dias o café esfria
O que faço tão sem irmãos
Se fosse outro me amaria
Na fenda da canção
Sentem desolação
Em dia amargo de maresia
Um dia danço apenas com as mãos
No outro estou inteiramente sozinha
Toca piano meu amante virtual
Os tons de verde estão floridos
E tenho cartas dos amigos
Em que o amor é coisa anual
Num outro amor serei andorinha
Bela amante de um anônimo
Romance moderno em palavras perdidas
Agonizando no apartamento ao lado
Banhada da fonte dionisíaca
Dizem: erva do campo
Bem vestida do inverno passado
Não és bicho de concreto, Amaro
Estou de joelhos em tempos
Que fruta verde se joga do detalhado.