Atafona, te peço outros desvios
quem poderia preocupar-se
com pratos empilhados
e a fuligem dos carros
que entra pela varanda,
quando ameaçados de sucumbir?
por modo de ser,
seguimos
corroendo sorrisos
em cidades marítimas
eu estive lá na primeira
na segunda, já não era mais.
soubemos condenar as obras,
desligar as máquinas,
designar os coveiros
engenheiros da crítica,
barricadas, para quê?
a solução para essa destreza
se comunga
sem lava ou afogamento.
um corpo cai
sobre uma repetição
na crueldade do que se sabe
cotidiano
um corpo cai
sobre uma repetição
outra vez comum
como se é
então,
não me importo com
poeiras
pratos
copos quebrados
marcas no pescoço
manchas de sangue no sofá,
o depois impredizível.