Mais um Sob o Signo de Helena.
Uma noite a mais de insônia para a conta. Folheei alguns livros. Já cansei de rolar o feed do Intagram em busca de qualquer coisa que me prenda a atenção, as dancinhas do Tiktok já não me apetecem mais, queria escrever algo, mas nada me alcança. Preciso escrever o segundo livro, mas você não me sai da mente. Lembrei que Galeano certa feita escreveu:
Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.
Entendo cada dia mais o meu amigo uruguaio, pois se pudesse, além de pedir que ela fosse embora, escreveria poemas para que de alguma forma ela não me esquecesse. Mas essa mulher, a mesmíssima mulher, encontra-se atravessada entre meus dedos e segue sorridente alterando por completo o ritmo dos meus pensamentos.
Prometi a minha editora que pararia de escrever sobre você, que mudaria a monotonia dos meus textos e que colocaria a saudade e o desejo para bailar em outra rua. Para minha psicóloga também proferi algumas ideias falsas sobre já ter te esquecido, sabe, penso que devo fazer igual ao Itamar e “[…] Mudar meu vocabulário e no seu lugar… colocar outro absurdo”.
Entretanto, enquanto isso não acontece e sigo de cá assistindo você bailando em meus cristalinos pensamentos, penso que é importante esclarecer, para sanar qualquer dúvida que exista nessa minha redundância lírica: sim, é sobre você que estou falando Sob o Signo de Helena.
