Nota Chuvosa
Mais belo que um dia cinzento
É um dia que não deveria ser cinzento:
Quando o eremita encapuzado
Traz seu longo manto de gris e sombra
A tingir o anil, o seio do Verão.
E então é como se uma mão profunda, metafísica,
Sacudisse a longínqua haste do Tempo
Balançando a poeira de seu mistério.
Revela-se, de repente, seu âmago translúcido,
Seu âmago surpreendente e inesperado,
Devolvendo à vida
Aquilo que a cinza do roteiro lhe frustra:
Um não-sei-o-quê de sonhar acordado.
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