Prelúdio de uma Garçonete

“Sunlight in a Cafeteria”, 1958, Edward Hopper

Agora tu, Calíope, me ensina

. . .

Nas serras do tempo se balançam
Os círculos da Lua, o giro humano,
O piche em que a cidade sua
Dona Arlinda e seu olhar de estanho.

Vai pela reta curva onde a Luz termina
— Ali a rua cantarola um timbre estranho…
Pois na vitrine que tanto te provoca
Dona Arlinda anda desperta, te esperando.

Pelos botecos em que a Noite se enrosca
(Pelas calçadas vagam dor e encanto)
Há sempre histórias querendo ser contadas
Se Dona Arlinda nos inspira o canto.

*a Revista Mormaço é uma publicação independente, coletiva e voluntária da Mormaço Editorial. você pode nos apoiar dando palminhas nos textos e compartilhando-os. nos encontre nas redes sociais com o @mormacoeditorial.

--

--