reduzir a fios
“A morte na mulher, a mulher no homem, o homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar”
(autor desconhecido)
já há algum tempo tenho percebido esse movimento estranho
como se algo mexesse para me avisar de que devo me preparar
o caminho está próximo do fim
e doerá menos, se assim eu fizer
doerá menos
não é a primeira vez que isso acontece e tampouco será a última
e o que posso dizer é que não estou
preparado
nunca sequer quis estar e ainda não fui vencido
mas devo confessar que já enxergo com olhos cansados o fim da estrada
não sei por quanto mais poderei adiar o dia
de enviar um e-mail
talvez flores
agradecer por tudo
mas é hora de ser sincero e assumir
já não tenho mais linha
já não estou mais a fiar
estou velho
e devo sossegar nos meus poucos novelos