(sem título) II.

Diêgo Oliver
Revista Mormaço
Published in
Jul 15, 2022
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Veja a pequena mariposa pousada em meu dedo
É o início dum caminho árduo no escuro
Em guerra com a suavidade do que não entendo
Clarifico a certeza do meu papel fictício
De existir na pele que habito.

Ouço os sons da satisfação clandestina
E vejo minha sina.
O desaguado declínio de minha estima
Pelo desejo interrompido na surdina
Duma insônia.

A batalha assassinada;
Uma peregrinação no sublime desencanto
Despiu-me da esperança
Escrita em sangue nas áreas brancas
Dum coração desencorajado
Em amar o jamais prometido.

O inseto deixa a solidez do meu dedo
E voa desinteressado em seu destino.
Pousará em outros momentos
E seguirá o som surdo do nunca dito.

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