(sem título) VI.

Diêgo Oliver
Revista Mormaço
Published in
Dec 1, 2022
Chargesheimer (1949), Karl Heinz Hargesheimer

Formada a crisálida
Que caída ainda pulsa
Vida a se formar
Longínqua e demorada

Virtude do silêncio
Enluvado nas puras palavras
De dizer sem pressa
O que tanto anseia
Da própria natureza

A espera do rompimento
Do declínio surdo
A tranquilidade clandestina
Que as ondas acusam
Todos os dias se chocam
Variáveis e impossíveis
De novos espaços
Para ecoar o que há de si

Porque crisálida ao chão
Única forma do renascimento
Duma alma que se anula
E elimina as vastas
Linhas de saber o porquê
De ser crisálida
A romper e jamais saber
Inteiramente do estado
Do presente que passa
Crisálida que inexiste
No tempo.

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