Walt Whitman e a crítica a educação punitiva: uma tradução do conto Death in the School-Room (1841)

Lucas Carneiro
Revista Mormaço
Published in
13 min readMay 2, 2024
Photo by Library of Congress/Corbis/VCG via Getty Images

Walt Whitman é considerado pela crítica como um dos poetas mais representativos da poesia estadunidense produzida no século XIX, e uma da grandes vozes universais do gênero poético. Conhecido pelo título de poeta da democracia, Whitman desenvolveu um corpo de escrita bastante significativo, de modo a influenciar diretamente autores como Ezra Pound, William Carlos Williams e Irwin Allen Ginsberg. Suas composições poéticas, com frequência, exploram temáticas que flertam e perpassam por tópicos como política, amor, natureza, identidade e experiência humana.

Falar de Whitman é, antes de tudo, falar de um sujeito que desempenhou inúmeras funções. Durante sua vida, trabalhou como impressor em uma gráfica, professor, repórter e editor. Como poeta, integrou o movimento literário conhecido como transcendentalismo, que buscava uma conexão direta com a natureza, e expressava a visão pela qual “ o ser humano é resultado de sua própria percepção, como ser material e espiritual; o racional que reflete o espiritual e vice — versa — é a identificação do indivíduo com Deus” (Rodrigues, 2019, p.43). Logo, mediante aos seus princípios, os transcedentalistas acreditavam que certos fenômenos eram capazes de ultrapassar as fronteiras da experiência humana, sendo, por assim dizer, um caminho de acesso direto ao divino e a sabedoria.

Para além dos inúmeros poemas produzidos ao longo da carreira, Whitman também esteve empenhado na escrita de ficção. Embora conhecido e aclamado pela crítica por conta de suas composições poéticas, acumulou cerca de 300 textos em prosa, situados nos mais variados temas e cujas construções revelam uma crítica à sociedade da época. Dentre essas produções desenvolvidas por Whitman, destaca-se o conto Death in the school-room.

Escrito entre os anos de 1836 e 1841, que compreende o período em que Whitman lecionou aulas em pequenas escolas rurais de Long Island, a narrativa inscrita em nuances caras ao horror e ao realismo, descreve a história do cruel professor Lugare e o aluno Tim Baker. O título, por sua vez, revela em seu cerne a ação que desenrolará no decorrer da história, cujas tensões ampliam-se progressivamente de modo a capturar a atenção dos leitores. Nesse conto, é interessante destacar que Whitman constrói seu enredo mediante à sua experiência pessoal enquanto docente. Empregando dispositivos caros a sua minuciosa observação ao longo desse processo, o autor realiza uma crítica contundente ao sistema educacional estadunidense da época. No curso desse período, os métodos de aprendizagem utilizados pelas escolas estavam pautados nos princípios da educação punitiva, que atribuia ao docente a total liberdade para dispor de castigos físicos e psicológicos contra os seus estudantes. Em defesa de uma abordagem educacional progressista, caracterizada pela relação humanizada entre professor e aluno, Whitman compartilhava da visão de que o ambiente de ensino deveria ser constituído por uma natureza leve, distanciando-se da crueldade e punição.

Assim, o conto, publicado pela primeira vez em agosto de 1841 na The United States Magazine and Democratic Review, Death in the school-room obteve uma recepção bastante positiva por parte da crítica. Blalock (2015), por exemplo, aponta que na edição número 15 de agosto de 1877 do Madison Weekly Herald, Charlton observou que a narrativa, dada ao enredo cativante, foi bastante copiada por outros jornais da época. Não raro, com efeito, foi a carta escrita por um leitor anônimo intitulado “R”, publicada no Boston Morning Post, e que tecia elogios significativos à obra do jovem autor. Ao todo, o conto obteve cerca de 130 reimpressões espalhados por diversos jornais estadunidenses, sendo destaque nas manchetes dos veículos publicados na região Nordeste e Centro-Oeste do país.

Assim sendo, as influências e contribuições de Walt Whitman para a literatura estadunidense são inegáveis. Sua obra, seja situada no campo da poesia ou da prosa, soube capturar, com excelência, a profundidade das temáticas unversais e experiências humanas. Nesta perspectiva, ao examinar o conto em questão, pouco conhecido entre o vasto trabalho do autor de Leave of Grass, o leitor se defronta com a potencialidade narrativa da prosa de Whitman, cujas entrelinhas revelam o compromisso e a crítca social subjacente à experiência literária, sempre em prol de uma sociedade justa e igualitária.

MORTE NA SALA DE AULA

TING-A-LING-LING-LING! — soou, numa certa manhã, o pequeno sino na mesa do professor de uma escola rural, quando as atividades do primeiro turno já estavam quase encerradas. Todos compreendiam que se tratava de um pedido de silêncio e atenção; e, quando a ordem por si foi acatada, o mestre iniciou sua fala. Era um homem baixo e rechonchudo, seu nome se chamava: Lugare.

“Rapazes,” ele disse, “Recebi uma queixa de que ontem à noite algum de vocês estava roubando as frutas do quintal do Sr. Nichol. Prefiro acreditar de que sei bem quem é o ladrão. Tim Barker, levante-se até aqui, senhor.” Aquele a quem a palavra foi dirigida veio imediatamente em sua direção. Ele era um garoto esbelto e formoso de mais ou menos quatorze anos. Seu rosto tinha um sorriso largo e uma expressão bem-humorada que até mesmo as acusações preferidas jogavam contra ele. Por outro lado, o tom ríspido e o olhar ameaçador do professor não haviam cessado por completo. O semblante do garoto, no entanto, era apático o bastante para ser saudável. Tinha, apesar de sua feição carnuda e alegre, uma aparência singular, como se alguma doença, daquelas bem terríveis e misteriosas, tivesse invadido e se instaurado em seu corpo.

Quando o jovem rapaz se colocou diante daquele lugar de julgamento — tantas vezes feito de cenário para sentimentos benevolentes amaldiçoados, insensibilidade e brutalidade contra um olhar tímido e confuso de uma criança pura e indefesa — Lugare olhou profundamente nos seus olhos com uma expressão aborrecida, deixando claro que não estava de bom humor. Felizmente, um sistema mais digno e filosófico está provando à sociedade que as escolas podem ser muito bem governadas sem chibatadas, lágrimas e suspiros. Estamos avançando em passos largos em direção a essa consumação, quando os mestres afeitos à moda antiga com seus chicotes de couro, suas pesadas palmatórias, e seus inúmeros métodos ingênuos de tortura infantil, serão encarados como um memento negligenciado de uma doutrina ingênua, desumana e explodida. Que os ventos propícios da mudança acelerem a chegada desse dia!

- “Você esteve próximo do quintal do Sr. Nichols ontem à noite?” Perguntou Lugare.

- “Sim, senhor,” respondeu o garoto: “eu estava.”

“Muito bem, senhor. Fico satisfeito de que tenha se confessado assim tão rápido. Então, você achou que poderia fazer um pequeno roubo e logo se divertir ostentando em mãos algo que você deveria ter vergonha de possuir, sem ser punido? “

“Eu não estive roubando,” respondeu o garoto rapidamente. Seu rosto estava permeado por um olhar de ressentimento e medo. Ele parecia ter dificuldade para falar. “E eu não fiz absolutamente nada ontem que eu possa ter vergonha de admitir.”

“Basta, seu irresponsável! Exclamou o professor enfurecido, segurando em uma das mãos uma vara de bambu[1] longa e pesada: “não me venha com seus discursos hediondos, senão vou te esmurrar tanto até você implorar como um cão.”

O rosto do jovem rapaz aos poucos perdera a cor; seus lábios ousaram a falar, contudo, preferiu calar-se.

“Responda-me, senhor,” continuou Lugare enquanto as marcas externas da ira desapareciam de sua feição; “Por que estava no quintal? Você apenas recebeu o dever do furto, ou tinha algum comparsa para executar a parte mais perigosa do plano?”

“Eu fui por ali pois fica no sentido para minha casa. Voltei lá logo em seguida para encontrar um colega, mas…, mas não cheguei a entrar no quintal; não peguei nada de lá, juro. Nunca roubaria algo, mesmo que fosse para me livrar da fome.”

“Você deveria ter se apegado à isso ontem à noite. Você foi visto, Tim Barker, passando por debaixo da cerca do quintal do Sr. Nichols mais ou menos por volta das nove horas, com uma sacola atolada de coisas nas costas. Aparentava estar cheia de frutas, nessa manhã os pés de melão foram encontrados todos completamente limpos. Agora, senhor, diga-me, o que tem aí nessa sacola?”

Aterrorizado, o rosto do jovem rapaz tremeluzia como o próprio fogo. Não pronunciou sequer uma palavra. Toda a comunidade escolar estava com seus olhos direcionados exclusivamente para ele. O suor corria a fundo pela testa branca como gotas de chuva.

“Diga!” exclamou Lugare, com um forte golpe de sua vara contra a mesa.

O garoto olhou como se não tivesse saída. Estava prestes a desmaiar. O professor incompassivo por sua vez, confiante de ter trazido à luz um criminoso, e exultando a ideia de um castigo severo que agora estava prestes a aplicar, continuava a atingir graus cada vez mais elevados de fúria. Entretanto, a criança aparentava não saber o que fazer consigo mesma. A língua enrolava-se ao céu da boca. Estava assustado o bastante, ou mesmo adoentado.

“Eu disse, Fale!” bradou de novo Lugare; suas mãos, apoiadas firmes à vara, erguia-se acima de sua cabeça de maneira muito significativa.

“Eu não consigo, senhor,” disse desanimado o pobre coitado. Sua voz estava afônica e embargada. “Eu confesso-lhe em alguma outra hora. Por favor, deixe-me retornar ao meu assento, não estou me sentindo muito bem.”

“Oh sim, é provável o bastante;” e o Sr. Lugare esticou o nariz e as bochechas em sinal de desprezo. “Você acha mesmo que eu vou cair nas suas ladainhas?” Dessa vez eu peguei você, senhor, com toda certeza; estou convencido o bastante de que és um malandro tão astuto como os que existem nesse Estado. Contudo, vou atender o seu pedido por mais uma hora. Depois, tornarei a chamá-lo de novo; e, caso a verdade não seja dita, te darei algo que fará você lembrar dos melões do Sr. Nichols por mais de um mês. Vá sentar-se já, agora!”

Satisfeito o suficiente com a autorização relutante, e sem responder uma palavra sequer, a criança cambaleou trêmula em direção ao seu assento. Ele se sentiu muito estranho, atordoado — como se estivesse imerso em um sonho, em vez de estar na realidade; e, repousando seus braços sob sua carteira, inclinou o rosto entre eles. Agora, os olhares dos alunos voltaram-se para os estudos rotineiros. Durante o reinado de Lugare na escola rural, estavam tão habituados ao cenário de violência e castigos severos que esses tipos de situações raramente interrompiam o fluxo do dia.

Agora, à medida em que os minutos do horário acordado avançam, vamos esclarecer o mistério da sacola e do jovem Barker estar nas redondezas do quintal na noite anterior. A mãe do garoto era viúva, e ambos viviam em extrema pobreza. Seu pai havia falecido quando ele tinha apenas seis anos de idade. O pequeno Tim era uma criança raquítica, e ninguém havia esperanças de que pudesse viver por tantos meses. No entanto, para surpresa de todos, o pobre garoto permaneceu vivo, e pareceu recuperar sua saúde, pois, na medida em que crescia, ganhava cada vez mais uma boa aparência. Isso se deu devido aos serviços de gentileza prestados por um notável médico que possuía uma propriedade rural na vizinhança, e que tinha se interessado pela pequena família da pobre viúva. Tim possivelmente se curaria dessa patologia, dizia o médico; porém, era tudo tão incerto. A condição da doença era um enigma e confundia a todos; e não seria uma surpresa se em determinado momento toda sua aparência saudável e corada se esvaecesse. A pobre viúva estava, num primeiro momento, em um contínuo estado de apreensão; contudo muitos anos se passaram e nenhum dos males iminentes haviam caído sobre a cabeça do menino. Sua mãe aparentava estar confiante de que ele viveria, o que seria uma ajuda e honra para sua velhice. Assim os dois batalharam juntos em felicidade mútua, suportando a dor da pobreza e as adversidades sem queixas, sempre em prol do bem-estar um do outro.

A disposição divertida fez que Tim construísse muitas amizades no vilarejo, dentre elas estava um jovem fazendeiro chamado Jones, que, na companhia do seu irmão mais velho, trabalhava em regime de compartilhamento de responsabilidade numa grande fazenda da região. Jones costumava a presentar Tim com frequência, sempre com uma sacola de batatas, pipocas ou alguns vegetais colhidos da sua própria horta. Entretanto, como seu parceiro era um sujeito comedido que, com frequência, comentava que Tim era um ser preguiçoso, indigno de tais ajudas pois não exercia nenhum tipo de trabalho, Jones geralmente fazia suas doações de maneira discreta, de modo que ninguém, exceto ele e os gratos beneficiários de sua bondade, sabiam. A viúva, por sua vez, também não desejava que os vizinhos soubessem que ela recebia alimentos de alguém; muita das vezes há, nessas pessoas que se encontram em situações precárias um orgulho justificável que as levam a evitar qualquer tipo de imagem que as façam parecer objetos dependentes de “caridade”. Na noite em questão, disseram a Tim que Jones estava prestes a enviá-los um saco de batatas, e o local acordado era nas proximidades do quintal do Sr. Nichols. Foi esta sacola que Tim foi visto carregando com esforço, e que levou o pobre-coitado a ser acusado de ladrão e condenado pelo seu professor. Lugare estava um pouco preparado para desempenhar o seu importante e responsável cargo. Apressado para tomar sua decisão, e dotado de uma inflexibilidade severa, ele era considerado o terror daquele pequeno mundo que governava de maneira tão despótica. Parecia desfrutar de um certo prazer na punição. Conhecendo muito pouco das belezuras que nos seios das crianças jorram e se abrem rapidamente ao chamado de palavras gentis, ele era temido o bastante por sua severidade, e adorado por ninguém. Gostaria que ele fosse uma exceção condenada ao ermo em sua profissão.

O instante derradeiro chegara ao seu fim. Aproximava-se então o momento em que Lugare liberava à escola, fato que era recebido com bastante alegria, embora as circunstâncias fossem tudo menos alegres. Agora então, alguns dos alunos direcionavam um olhar furtivo para Tim, às vezes em sinal de compaixão, outras em tom de julgamento ou indiferença. Sabiam que ninguém teria piedade dele, e embora a grande maioria o amasse, as surras eram tão frequentes naquele lugar que não podiam esperar muita simpatia. Os olhares curiosos, por vezes, permaneceram insatisfeitos. Até o final do horário combinado, Tim havia continuado da mesma forma desde quando retornou ao seu assento pela primeira vez. Lugare examinava ocasionalmente o menino com um olhar furioso que parecia pressagiar vingança pelo seu mau humor. Ao final, a última aula foi ouvida por todas, e a última lição recitada. Lugare sentou-se atrás de sua mesa na plataforma, segurando a vara de bambu mais longa e robusta que possuía à sua frente.

“Agora, Barker,” ele dizia, “vamos resolver essa nossa pequena questão. Fique de pé aqui.”

Tim não se mexeu. A sala de aula estava tão silenciosa quanto um cemitério. Nenhum ruído era audível, exceto, por ocasião, uma respiração longa.

“Não ouse a me desrespeitar, senhor, ou será pior para você. Venha aqui já e tire o casaco!”

O garoto não se mexia, parecia que fora feito como um pedaço de madeira. Lugare estremecia de raiva. Sentou-se por um minuto como se estivesse considerando a melhor maneira de descarregar toda a sua vingança. O minuto transcorria num silêncio profundo que amedrontava algumas das crianças. Seus rostos empalideceram de medo diante da situação. Parecia, à medida em que seus passos eram reduzidos, como o minuto-chave que precede o clímax de uma tragédia executada com total maestria, quando o mestre da arte histriônica está subindo ao palco, e você e a multidão ao seu lado aguardam com os nervos aflorados e respiração suspensa, na expectativa de uma terrível catástrofe acontecer.

“Tim está dormindo, senhor,” exprimiu um dos garotos que estava sentado perto dele.

Lugare, ao receber essa informação, permitiu que suas feições relaxassem da expressão feroz da ira para um sorriso. Um sorriso que, se possível, parecia ainda mais maligno do que sua cara mau humorada. Talvez, tenha se divertido com o horror que estampava os olhares das pessoas ao seu redor. Por outro lado, possa ser que estivesse pensando ao máximo na maneira pela qual acordaria o garoto que adormecia.

“Que peninha, o pobre coitado adormeceu!” disse ele; “pois então, vamos ver se encontramos algo para manter seus olhos abertos. Não há nada melhor do que aproveitar ao máximo uma situação séria, pessoal. Observem, Tim não parece se preocupar tanto com uma pequena surra, só de penar nisso o miserável não consegue nem ficar acordado.”

Lugare sorriu novamente como se tivesse feito sua última observação. Logo desceu do assento segurando sua vara de bambu com firmeza. Com passadas leves e discretas, ele cruzou toda a extensão da sala; e se posicionou próximo ao pobre adormecido. O garoto ainda permanecia tão inconsciente à sua punição iminente como sempre esteve. Talvez estivesse sonhando com alguma beleza dos prazeres da juventude; ou quiçá distante, no mundo das fantasias, sentido os aromas e as delícias cuja fria realidade nunca pode proporcionar. Lugare ergueu sua vara de bambu bem acima de sua cabeça e, com a habilidade de mira afiada adquirida com muita prática, baixou-a nas costas de Tim com tanta força que um estralo profundo soou — daqueles suficientes para acordar um homem congelado em sua última letargia. Com rapidez implacável, desferiu golpe após golpe. Sem esperar para ver o efeito do primeiro corte, o cruel torturador atacou com violência um lado do corpo do garoto, e, logo em seguida, o outro. Somente após de dois ou três minutos, visivelmente exausto, interrompeu suas pancadas. Porém Tim permanecia intacto, sem demonstrar qualquer tipo de emoção. E quando o professor, provocado pela inconsciência do menino, puxou um dos braços da criança — sobretudo o qual ele se apoiava na mesa — sua cabeça caiu sobre a mesa com um som abafado, e seu rosto ficou virado para cima, exposto à vista de todos. Ao se deparar com a cena, Lugare ficou paralisado, como alguém petrificado por um basílico. Seu semblante adquiriu uma brancura plúmbea; a longa vara de feita em bambu caiu de suas mãos; seus olhos arregalados miravam um espetáculo tenebroso de horror e morte. O suor deslizava em grandes glóbulos por todos os poros de seu rosto; seus lábios finos contraíram-se e mostraram os dentes. Quando finalmente estendeu o braço, e com a ponta de um dos dedos tocou o rosto do garoto, cada membro de seu corpo estremeceu como a língua de uma cobra. A força que o recobria parecia que falharia a qualquer momento. O menino estava morto. É provável que já estava assim há algum tempo, pois seus olhos estavam revirados e seu corpo completamente gélido. A morte estava na sala de aula, e Lugare estava fustigando um cadáver.

Notas bibliográficas:

BLALOCK, Stephanie. About “Death in the School-Room. A Fact.” The Whalt Whitman Archive. Disponível em: About “Death in the School-Room. A Fact.” | Whitman Archive. Acesso em: 12 abr. 2024.

RODRIGUES, D. P. . O transcendentalismo de Walt Whitman: autoexpressão, individualidade e humanidade. Revista Lumen, Recife, v. 28, n. 1, p. 41–51, 2019. Disponível em: https://fafire.emnuvens.com.br/lumen/article/view/556. Acesso em: 1 abr. 2024.

*a Revista Mormaço é uma publicação independente, coletiva e voluntária da Mormaço Editorial. você pode nos apoiar dando palminhas nos textos e compartilhando-os. nos encontre nas redes sociais com o Mormaço Editorial

--

--

Lucas Carneiro
Revista Mormaço

Baiano, 23 anos. Graduando em Letras, Língua Inglesa e Literaturas. Escreve e publica nas horas vagas. É colaborador na Revista Mormaço. @lucasncarneiro.