Feminismo Negro ou Mulherisma Afrikana: qual melhor caminho?

Por Conceição Soares

Sabe quando você vai em algum lugar e não para de se perguntar o que diabos você tá fazendo lá ? Até tenta interagir, faz de tudo pro rolê ser legal, mas no final de tudo é só cansaço. Podemos associar essa experiência ao Feminismo Negro. Por mais que você se esforce, tente fazer acontecer, no final esse rolê vai flopar totalmente e sabe o motivo? O feminismo é branco e racista, como algo assim poderia ser acolhedor para a população negra? A gente compra as ideias dos brancos com muita facilidade. Acreditamos que aqueles meios são os corretos por não existirem outros e é aí que mora o perigo. As pessoas brancas que vão te vender o feminismo são as mesmas que vão ser racistas contigo, com teus filhos, com sua família e não vão nem pensar duas vezes. Onde estavam as mulheres brancas no período da escravidão? Onde estavam as mulheres brancas durante o apartheid, segregação social? Onde estão as mulheres brancas hoje, nessa guerra sangrenta e violenta, durante esse genocídio que parece não ter fim? Os brancos sempre estarão vivendo os seus privilégios juntos. Sempre estarão comemorando a nossa morte, nossa miséria, nossa precariedade. Eles só se levantam para fazer alguma coisa quando algum preto supera as expectativas, não faz parte de estatísticas de morte e criminalidade, aí sim o branco acorda e vai fazer alguma coisa e esse “fazer alguma coisa” é mover céus e terras para tirar os pretos de alguma posição de poder. Nada gera mais incômodo em um branco que o sorriso de um preto. Mas o feminismo preto tá rendendo muito dinheiro no momento, né? Não tem como não vender essa bandeira. Agora vamos lá, sabe aquele rolê que você acha que não vai dar em nada, mas quando você chega é tão bom e você não para de se perguntar o porquê de nunca ter ido lá. Talvez esse rolê seja o Mulherismo Africana. Vou compartilhar com vocês 18 princípios que, segundo Clenora Hudson-Weems são fundamentais no mulherismo:

1. terminologia própria
2. autodefinição
3. centralidade na família
4. genuína irmandade no feminino
5. fortaleza
6. colaboração com os homens na luta de emancipação
7. unidade
8. autenticidade
9. flexibilidade de papéis
10. respeito
11. reconhecimento pelo outro
12. espiritualidade
13. compatibilidade com o homem
14. respeito pelos mais velhos
15. adaptabilidade
16. ambição
17. maternidade
18. sustento dos filhos

Quando visualizamos o mundo a partir da cosmovisão Africana a gente percebe que tá enlouquecendo para encontrar soluções de problemas que nem são nossos. Viemos de um continente que historicamente é matriarcal, porque procuramos respostas para nossas questões em civilizações que sempre foram e sempre serão patriarcal ? Percebe que não faz sentido?! Vou agora te convidar para uma atividade bem simples — conhecer um pouco mais sobre o Mulherismo Africano. Não precisa absorver tudo de uma vez, mas que você consiga conhecer um pouco a cada dia e depois conta aqui tua experiência.