A conexão que cura!

Ligiamatcosta
revistaokoto
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3 min readFeb 15, 2021
Ilustraão por Izaias Oliveira

Um pensamento que veio forte na minha mente por esses dias.

A forma de como estamos tão distantes das nossas raízes que são fundamentais para nossa existência, e para além da existência, a saúde tanto física como mental.

O que me levou a pensar sobre a medicina tradicional africana, o que me eu o estalo foi assistir um documentário na Blackflix, Alquimista do Mato, fala sobre José Thomas dos Santos e sua esposa, a Dona Durvalina.

Dos primeiros minutos até o fim não conseguia conter as lágrimas brotavam, fui lá na minha infância lembrei da forma que fomos criados eu e meus irmãos, os lugares tudo tão familiar que fica até difícil de explicar.

A partir do momento em que vamos adquirindo conhecimento fazemos as ligações sobre acontecimentos que antes passavam batidos, mas hoje sob nova ótica, entendo o porquê de certas coisas.

No documentário, Seu José explica logo no começo que trabalhou boa parte da sua vida em uma determinada empresa, se aposentou é óbvio que não se sentia realizado, faltava algo e a partir do momento em que começou a colocar em prática os conhecimentos que um dia ele recebeu sobre ervas e o poder curativo delas ele faz daquilo o seu meio de sustento, vendendo ervas e garrafadas.

Como encanta ver a satisfação dele em lidar com a natureza parece conversar com as plantas, os pés em contato direto com a terra parece que dá pra sentir as mesmas sensações.

E o conhecimento vasto, nada anotado tudo gravado na memória, o que usar a dosagem e para o que serve cada planta, é lindo de se ver.

Talvez alguém se pergunte nossa não vejo motivo pra tanta emoção…

Explico o porque agora… rs

Aqui em casa somos quatro irmãos e nunca soubemos o que foi um hospital ou consulta médica enquanto crianças, apenas depois de adultos e por nós mesmos.

Em casa qualquer doença que fosse como dizia minha mãe fomos tratados na base do chá e da fé.

Nunca tivemos nenhum problema, todos com ótima saúde.

Lembro de alguns, pra conjuntivite, gripe, tosse, várias outras coisas das garrafadas aqueles chás as vezes amargos para caramba mas tinha que tomar sem reclamar o que é amargo cura. Ouvi essa frase até os 40 rs.

Me vem as lembranças de quando criança andando e a gente via alguma determinada erva ela falava para o que era bom as vezes levava uma muda pra plantar e assim fomos criados.

Vieram os netos eu com meu filho particularmente como a gente sempre esteve juntas quando ele era pequeno aprendi algumas coisas mas deveria ter aprendido muito mais.

Com os meus sobrinhos a mesma coisa mesmo algumas vezes recorrendo a indústria farmacêutica mas sempre terminavam aqui em casa pedindo o xarope ou o chá da vó.

Escrevendo isso parece que ouço ela reclamando- Já cansei de ensinar usa isso e aquilo faz assim, assado, reclamava mas tinha satisfação em fazer colher as ervas separar ali dava pra ver o lance do cuidado, do amor da proteção elementos que são nossos por natureza.

Aqui é lance de Sankofa, resgatar nossos valores, ensinamentos e ressignificar nosso futuro.

Então vamos buscar nos conectar com as nossas referências não é fácil mas aos poucos buscamos o conhecimento e o principal, praticamos, assim deixamos o exemplo para os que estão vindo.

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