A gente precisa recuperar a paixão pela vingança e só a capoeira devolve está paixão.

Ana Carolina Barbosa
revistaokoto
Published in
2 min readApr 19, 2022
Por Diego Alberto

Uma das coisas que eu acho lindo em jogos de capoeira é a vingança, o cara vai te leva pra um lugar no jogo e vc toma uma pu.ta rasteira, e vc lá no chão pensa, o que eu vou fazer?

Me revoltar ou vou me vingar?

Gosto da vingança, vc levanta como se não tivesse puto, sorri e continua seu jogo, até aparecer o momento propício para a vingança, vc proporcionar ao outro um pouco de humilhação também.

Já a revolta faz vc perder o propósito do jogo, vc pode levantar puto e dar uma berimbauzada no parceiro, mas acaba ficando feio pra tu, duas vezes.

Vingança requer frieza, espera, cálculo, controle das emoções, controle da mente e do espírito e uma certa dose de ódio.

Não o ódio que cega, mas aquele ódio que faz você se arrepiar e deixa todos os seus sentidos mais aguçados, seus músculos mais rápidos e seu corpo mais pronto para o combate.

Um dos aspectos que mais me incomoda nos negrescos é esta “revolta” barulhenta e sem sentido que a gente sempre vê quando surge um caso de racismo por aí, uma barulheira sem proposito, sem um plano, sem vingança.

Só barulho de galinha com fome, que se calam quando o senhor joga um pouquinho de milho no terreiro. Seja um cargo, um programa ou qualquer fita do tipo.

Mas um plano, cair pra dentro de construir uma comunidade forte economicamente, capaz de nos proteger e de impor custo quando qualquer mal-feito ocorrer?

Não, muito difícil, utópico, não vai funcionar…

Enquanto os pretos só se revoltam e não fazem nada, não arma um plano, não organiza a suas emoções e sua vida, não cria um plano pra se vingar a altura, vamos sempre tá ficando feio, duas vezes feio.

Imagem Kwanza Ókótó 2021\2022

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