A reencarnação em Kemet

Crash Kemet Òkótó
revistaokoto
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5 min readSep 2, 2021
Por Acácio Òkòtó

Os sacerdotes keméticos planejavam uma maneira de elevar a consciência do seu povo, construindo, durante milhares de anos, uma série de templos ao longo do rio Nilo. eles utilizavam como “livros vivos” e enciclopédia de conhecimento para transmitir a informação acumulada, o funcionamento do universo durante muita gerações para seu povo. Os templos também serviam como polos para o avanço de sua civilização.

Os antigos sacerdotes pretos estruturam uma sociedade baseada em 2 conceitos fundamentais: A reencarnação, como método divino para que o espírito do homem evolua na aquisição de informações sobre o universo e a iluminação como o passo final de todo este processo.

As sociedades pretas sempre pensaram em aperfeiçoar o espírito, no entanto, o homem preto precisa passar por diversas fases para entender essa energia, e a partir daí “flutuar” na hierarquia do universo. A energia suprema desenhou a vida de uma maneira, que nós pretos reencarnasse sucessivamente e assim teríamos a vida eterna, para isso acontecer devemos ter a consciência ao longo dessas “passagens”.
Como descrever uma experiência na qual nunca vivenciou? Uma única fase não é o suficiente para entende-las.

Cada ser humano irá ter sua própria experiência, cada pessoa vai ter um comportamento diferente e é entre esses dois pólos que a energia de cada um trabalha. O sofrimento, permite entender a felicidade e a angústia permite entender a paz, assim como a verdade que se encontra no centro, neutro.

O amor é neutro como deus, um ciclo cósmico é atribuído a cada espírito e a cada espírito é atribuído 12 eras zodiacais. Durante 25.920 anos reecarnamos 700 vezes, em um local diferente, com uma personalidade diferente, em corpos e circunstância diferentes.

O templo de Osíris se localiza a 150 km ao norte de Tebas, o último centro religioso em Kemet que, por volta de 1.300 Seti I e seu filho Ramsés II construíram o templo de Osíris com o intuito de revelar a existência da reencarnação. Um dos mais importantes templos tinha um espaço territorial muito extenso, com diversas salas de santuários e espaços também para serviços locais, a organização era fundamental e peculiar.

Osíris, é o senhor da reencarnação que representa a força que impulsiona o processo evolutivo do homem. A reencarnação é um processo divino criado por deus para que, mediante a diversas fases e atitudes do homem ele entenda o processo evolutivo do universo. A informação dentro da consciência do homem é modificada lentamente para que a sua ignorância se transforme em sabedoria, e posteriormente transforme Espíritos inocentes em seres experientes.

Entretanto para entender a razão da existência a reencarnação é uma peça fundamental para desenvolver esse raciocínio milenar, ao ser transformado em um ser rígido e denso você continua vibrando em uma energia baixa do medo, permanentemente. A sucessão da vida transforma o homem em uma espécie de ser sábio e respeitoso, capaz de manipular grandes poderes com responsabilidade.

Em Abydos, templo de Osíris as portas só se abriam 4 vezes no ano em dias significativos que envolvia o sol. Equinócio e solstício marcava os ciclos climáticos da terra, as 4 esquinas do sol marcava as mudança de estação e com isso dava para saber o tempo de plantio e o tempo de colheita. O povo só podia comparecer nos templos ao amanhecer e ao entardecer como em todos os templos em Kemet, no primeiro salão se obtinha informações sobre o tempo e o espaço e os ciclos zodiacais, e é dentro desses ciclos que o espírito encarna na pele para aprender situações em um universo de contrastes para compreender os valores e essências que estrutura o universo.

A irmão de Osíris a Isis é a que rege a consciência do homem, representado pelo faraó Seti I que tem o cajado de toda a humanidade. O sopro da vida é o instante divino que o espírito condensa na matéria para encontrar verdade do universo e o resultado de sua decisão na vida.

A reencarnação transforma um homem mortal com limitada consciência temporal, e um homem imortal com a consciência permanente que pode entrar e sair involuntariamente da matéria, A morte é apenas uma porta para mudar os resultado, e por consequência mudar o destino de cada vida, a parte do processo de aperfeiçoamento através do tempo para chegar cedo ou tarde, com respeito e paz interior se alcança a imortalidade.

A mente do homem africano é impulsionada por duas forças opostas fundamentais para o seu desenvolvimento, com a decisão e comportamentos que produzem resultados pelos quais se aprende, o sofrimento permite entender a felicidade assim como a angústia permite entender a paz.

Os 4 irmãos que se juntaram de maneira natural, e desses 4 cada um representa uma energia/sentimento a luz e a escuridão. Osíris e Isis representam a força da luz que impulsiona o homem a espiritualidade e a harmonia, para aperfeiçoar a consciência são os motores da reencarnação. Seth Nephtys simbolizam a força da escuridão que, impulsiona o homem a materialidade e os prazeres sensações a densidade da inconsciência, e a imobilidade da ignorância. Osíris é a força ativa e masculina que traz a vontade baseada nas certezas adquiridas, a dualidade contraditória permite comparar para compreender a verdade.

Em sua mão esquerda, Osíris Carrega o gancho que tem a força para guiar o rebanho humano para alinhar as transformações e ciclos, agora já em sua mão direita ele carrega um instrumento capaz de separar as espigas boas das espigas ruins.
A cada decisão e colheita produz o resultado de um sofrimento. As espigas ruins são de harmonia e a espigas boas são a consciência que permite comparar para o aperfeiçoamento.

Seth representa o peso da animalidade original que atrasa a espiritualidade da matéria, é a vontade egoísta de obter o prazer ainda que isso cause caos e sofrimento, é o instinto que domina. O confronto dessa duas forças ativas masculinas e seguidas pela parte passiva e feminina, Isis gera as emoções superiores e as intuições, para receber inspirações para produzir ideias para a busca e adoração do Deus estasy. Nephtys recebe as sensações e desejos do corpo, gera a análise elementares perceptíveis do mundo externo através dos sentidos.

Thoty simboliza o verso divino que dá nome à tudo que existe, representa o princípio multiplicador do único Deus que, ao nomear cria um ser divino.
Thoty carrega o livro do destino a onde anota as transformações de cada espírito na cadeia de reencarnação que leva a imortalidade, cada espírito recebe um corpo um nome para vivenciar experiências temporal do ciclo de aprendizagem. Thoty escreve em seu livro o nome dentro de um laço chamado de cartucho de kemet, e cada laço significa uma das vidas temporais do espírito eterno, o homem é a vibração da palavra divina que dá forma ao corpo e define a personalidade temporal do espírito encarnado.
Thoty é o escrivão divino que ao fim da sua vida ele escreve os sucessos obtidos na vida temporal. Thoty é o ser responsável pela palavra, é o inventor de linguagens e da escrita e do intelecto que retém, para analisar. Ao lado de Thoty está seshat com a sua coroa de 7 pétalas, 7 é o número de processo, 7 é os níveis de energia vibratória do corpo e mente do homem, ela escreve na matéria o nome do faraó dando lugar ao seu ciclo temporal.

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