Aprendendo a Ser Capoeira
A vida é como uma roda de capoeira tem vários ciclos, como quando damos a volta do mundo para dar aquela respirada, depois de levar um golpe. Nisso revemos quais padrões não repetir pra não cair na mesma armadilha ou papo furado, por isso a capoeira também é um jogo de diálogos corporais (M. Moraes), onde estamos jogando com o subconsciente da pessoa (Táíwò).
Uma das coisas que eu estou aprendendo a fazer para não escorregar no massapé:
É Observar!
Observar os lugares que frequentamos antes de nos colocar em risco ou em situações desagradáveis
Observar as pessoas, seus comportamentos, pois é através disso que conseguimos nos analisar também, porque somos reflexo daqueles que nos rodeiam
Observar sobre o que falar, sempre. Com quem trocar ideia. Saber a hora de responder e a hora de ouvir.
É comum a gente ficar eufórico quando conhece alguém que tenha os mesmos gostos e pensamentos parecidos, e nessas trocas costumamos atravessar o outro. Isso mostra a falta de paciência pra esperar o outro terminar seu raciocínio. É uma situação desagradável com o outro, porque tu acaba não deixando as coisas rolarem no tempo que deveriam.
O meu tempo, não é igual ao seu. E é como dizem: devagar também é pressa. Na roda de capoeira é bom entrar de mansinho, segurar a emoção, sentir o som da música pra ir aos poucos se soltando.
Não levar tudo que é falado para o coração, e ao invés de ficar fechado para uma crítica, fazer dessa crítica um incentivo a ser melhor.
Cada um mostra até qual ponto o outro vai chegar, no limite. E na vida quando não impomos limites as pessoas agem da forma que sempre vai trazer benefícios a elas. Se deixar deitam encima mesmo ou te dão uma pisada.
Acontece também da gente ficar dando cabeçadas, disputado quem tem mais razão. Mas a real é não perder tempo no mesmo movimento, saber sair e se equilibrar de cabeça pra baixo, assim como mudar de perspectivas, vendo literalmente o mundo de outra visão.
Aprendendo que não posso estar aberta pra qualquer pessoa, pra não levar rasteira. Saber desconfiar, e não entrar no jogo do outro com quem tu tá dialogando. Seja pelo diálogo corporal ou verbal.
Tanto que na roda é difícil saber quem de fato está dançando contigo, de quem está com um sorriso no rosto, mas lutando contra ti.
Por isso que é necessário a gente se resguardar. Escolher bem com quem a gente vai andar, trocar diálogos, trocar energias.
Porque nem toda roda (grupos) vão nos energizar, pelo contrário às vezes te encurralar pra depois sugar toda a tua mandinga.
(Foto da celebração Kwanzaa com a gurizada do Kilûmbu Òkòtó 💚)
#kilumbuokoto