Aprendi amar Tim Maia, por amar meu Avô

Lua Cruz
revistaokoto
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2 min readOct 17, 2022

Tim Maia e meu Avô tem muito em comum. Não apenas pela questão dos problemas pessoais, mas pelo fato de transbordarem sentimentos.

Por Diego Alberto

As letras do Tim, exala um paixão antiga que mexe com a gente, que é difícil esquecer… Um sentimento de saudade dos momentos passados, da falta que a pessoa que ele tanto amou o faz delirar, se despedaçar por inteiro. Enquanto meu Avô, vai de encontro com as mesmas coisas. É muito emotivo. Calmo por fora, turbilhão de emoções por dentro.

O passado o marcou tanto, que ele ainda não conseguiu lidar com as perdas que teve… É um Canceriano nato, deságua quando toma um trago, que é uma forma dele enfrentar,m as dores que não conseguiu curar, assim como Tim fez durante sua vida.

Pra além disso, Tim Maia foi — sempre será — um cara brilhante. Pois cantava com sentimento, exalava expressividade, brilho que só a melanina pode dar.

Meu Avô, um homem Preto que desde novo aprendeu a ser homem, pois o racismo faz os meninos pretos a se tornarem homens desde cedo, pra sobreviver nesse mundo.

Sempre calado, quando toma um trago, meu Avô se liberta. Ele mostra o quanto de amor tem dentro dele. Beija. Abraça. Diz que ama muito. Chora feito menino.

E pra acalmar a situação, às vezes quando to com paciência e bem comigo mesma, ofereço colo, atenção.

Vejo que isso ajuda a acalmar o coração.

Acho que por ter tido ele como referência de Homem Preto, trabalhador e sentimental. Não caí tanto nos papos furados das Feministas de dizer que o homem Preto que abandona família, que não quer se relacionar com mulher Preta, que é agressivo, que não se esforça e blá blá blá.

Porque no meu dia a dia, ele quem esteve mais presente na minha vida. Mesmo sendo meu primo-avô, também o considero como meu Pai, porque ele quem demonstrou em atitudes e com sentimentos esse amor guardado em seu peito.

#kilumbuokoto

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