Aprendi amar Tim Maia, por amar meu Avô
Tim Maia e meu Avô tem muito em comum. Não apenas pela questão dos problemas pessoais, mas pelo fato de transbordarem sentimentos.
As letras do Tim, exala um paixão antiga que mexe com a gente, que é difícil esquecer… Um sentimento de saudade dos momentos passados, da falta que a pessoa que ele tanto amou o faz delirar, se despedaçar por inteiro. Enquanto meu Avô, vai de encontro com as mesmas coisas. É muito emotivo. Calmo por fora, turbilhão de emoções por dentro.
O passado o marcou tanto, que ele ainda não conseguiu lidar com as perdas que teve… É um Canceriano nato, deságua quando toma um trago, que é uma forma dele enfrentar,m as dores que não conseguiu curar, assim como Tim fez durante sua vida.
Pra além disso, Tim Maia foi — sempre será — um cara brilhante. Pois cantava com sentimento, exalava expressividade, brilho que só a melanina pode dar.
Meu Avô, um homem Preto que desde novo aprendeu a ser homem, pois o racismo faz os meninos pretos a se tornarem homens desde cedo, pra sobreviver nesse mundo.
Sempre calado, quando toma um trago, meu Avô se liberta. Ele mostra o quanto de amor tem dentro dele. Beija. Abraça. Diz que ama muito. Chora feito menino.
E pra acalmar a situação, às vezes quando to com paciência e bem comigo mesma, ofereço colo, atenção.
Vejo que isso ajuda a acalmar o coração.
Acho que por ter tido ele como referência de Homem Preto, trabalhador e sentimental. Não caí tanto nos papos furados das Feministas de dizer que o homem Preto que abandona família, que não quer se relacionar com mulher Preta, que é agressivo, que não se esforça e blá blá blá.
Porque no meu dia a dia, ele quem esteve mais presente na minha vida. Mesmo sendo meu primo-avô, também o considero como meu Pai, porque ele quem demonstrou em atitudes e com sentimentos esse amor guardado em seu peito.
#kilumbuokoto