APROPRIAÇÃO CULTURA

Iza Ananse
revistaokoto
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4 min readJul 4, 2021

Na virada do século XIX para o século XX, artistas ocidentais buscavam uma ruptura com as representações das artes canônicas até o século 19, que se destacavam pela busca fiel à figura humana e à natureza: Neoclassicismo, o Romantismo, o Realismo, o Impressionismo, o Expressionismo, o Art Nouveau e o Simbolismo.

Do século XX em diante veremos a nova tomada dos movimentos artísticos deste século chamados de Expressionismo, Fauvismo, Cubismo, Abstracionismo, Dadaísmo, Surrealismo, Op art e pop art.

Iza Oliveira

Só dar um panorama legal do que estamos falando, dentro da arte do século XX quero destacar Pablo Picasso e George Braque que são os artistas principais do início do deste século. Nesta pegada eu gostaria de apontar que desde os séculos passados artefatos artísticos das culturas africanas já vinham sendo roubadas no continente e levadas para galerias de museus e casas de colecionadores de artefatos africanos, com tará pela tal quebra de paradigma artístico no século em vigência, nas oficinas dos artistas europeus era muito comum estarem entupida com artigos roubados de África, simplesmente pelo fato de estarem dissecando e extraindo cada detalhes das suas formas e conceitos.

Voltando a aos dois candangos Pablo picasso e George braque como eu disse anteriormente eles são os principais nomes do movimento artístico chamado de “cubismo” que tem como objetivo a não fidelidade greco romana da figura ali representada, quando eu estudei isso na faculdade eu não consegui entender como eles poderiam propor algo assim do nada, já que no contexto ocidental eles só se alimentavam da contemplação pela perfeição clássica, logo mais tarde, eu fazendo uma breve busca pela estética artística africana olhando para algumas máscaras e esculturas africanas eu pude perceber a absoluta semelhança (cópia fiel). Olhando para o momento em que estavam imbuídos os artistas acidentais nesse período, não é difícil de fazer a ligação óbvio que há entre as suas oficinas estarem entupidas de artefatos roubados de África com a ascensão dos movimentos a seguir destacando o cubismo.

Para os artistas africanos o elemento artístico não é para fins unicamente de contemplação como acontece no acidente, lá os objetos são partes da liturgia e do dia a dia das comunidades, cada indivíduo tem uma relação interativa com o elemento ali representado. Para o conceito africano as imperfeições do objeto são partes que tornam aqueles objetos especiais, e não é muito difícil de perceber que isso fundamenta toda a nossa forma de perceber e entender o universo.

Não quero aqui implorar o reconhecimento dos brancos ao declarar que se inspiraram nas artes Africanas afinal eu nem falo isso pra eles, eu apenas estou fazendo uma breve abordagem para compreendermos que não é novidade nenhuma os mesmo brancos que desdenharam da nosso cultura serem os mesmo a extraírem e reproduzirem como algo revolucionário no universo deles de forma que rende altas cifras. Bom, falando de brasil, aqui em paralelo a europa aconteceram vários tomadas de apropriação que pegaram impulso a partir semana de 22, o movimentos antropofágicos que teve como princípio promover uma arte legitimamente brasileira e a busca pela quebra dos paradigmas impostos naquele momento, porém sabemos que esses movimentos que vinham a seguir que influenciaram a música e artes plásticas etc, foram uma empreitada de pelo mestura ou seja a mestiçagem artística, podemos definir a semana de 22 como a reunião dos modernistas para organizar os blocos de apropriação e descaracterização das artes negras africanas, e artes dos povos originários “brasileiros” nomeadas a partir de então como artes “brasileiras”.

A apropriação cultural hj em em dia principalmente é praticada no primeiro momento com as pequenas expedições dos brancos ao contexto cultural em questão, logo ele vai arrumar um negro atravessador dessa cultura, e nele encontra o acesso necessária os conceitos que fundamentam aquela cultura.

Não seja um negro atravessador !!

Isso não é novidade, devemos parar de achar que a nossa riqueza cultural é apenas uma vitrine para que atenda as necessidades de compra para os brancos, somos extremamente ricos e criativos em tudo que fazemos, mas infelizmente nos comportamos de forma errada ao esperar reconhecimento por partes deles para dar o valor necessário a riqueza que já temos, pra concluir esse papo quero dizer apenas que estarmos satisfeitos com o que temos, sermos gratos pelo que temos, evoluir para dentro do que temos e proteger o que temos é o caminho avesso da apropriação cultural, e a principal forma de combatê la.

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