Autonomia, Emancipação e aí sim, Liberdade!
Me dá um nervoso ver uns Preto com potencial falando que “Nós lutamos por igualdade, pipipi popopo”. Fico imaginando o tanto de tempo que essa pessoa tá perdendo por querer se igualar a Branco sem nem pensar no que realmente isso significa e no quanto interfere na realidade até de quem tá fazendo os corre por autonomia. Porque assim, ou tu busca viver na igualdade dos brancos ou tu assume uma id preta, saca?! Ser uma pessoa Africana em Diáspora não combina com se integrar ao mundo Branco assim como se fosse de igualdade branca que nós precisássemos.
O Brabo Malcolm X fala sobre isso quando diz que “O homem branco quer que os homens pretos permaneçam imorais, depravados e ignorantes. Enquanto permanecermos nessas condições, continuaremos a suplicar e o homem branco nos controlará”. Aí, tá geral surpreso com o Projota beijando pé de tudo quanto é gente branca não por serem pessoas de sua família, mas por serem simplesmente brancas como se quem nos persegue no shopping não fosse a mesma que ele chama de mãe/pai/irmão. (É uma colocação pesada, mas quem tem familiares brancos sabe muito bem a linha tênue entre amar um ente e odiar um branco sendo a mesma pessoa). O cara foi criado pra ser tão submisso que ele acha e prega que a família dele é “boa” por ser branca e não enxerga que tenham criado ele para pra ser o Preto da casa. Aquele tipo de Preto que vive levando tapinha nas costas de gente branca e ainda se sente sortudo por isso.
Malcolm completa dizendo que “Jamais poderemos conquistar liberdade, justiça e igualdade enquanto não estivermos fazendo algo por nós mesmos!” Aí tá o ponto de que quem somos ou quem devemos ser não combina com beijar gente Branca, no sentido literal e figurado, achando que tá fazendo algo pelos nossos. A não ser que os seus sejam Brancos (o que é o caso não só do Projota, mas também dos outros pretos que se prestam ao mesmo tipo de papel), toda vez que você se enfia no meio deles, é exclusivamente porque está servindo para eles. O dia que não servir mais, será igualmente descartado. E se tá meio de branco, tá puxando os mesmos gatilhos que eles. E não é tão difícil adivinhar quem tá na mira, né?!
É a mesma lógica do X-9. Ele vai lá e explana os seus e enquanto estiver servindo, serve. Se não tá servindo mais, é vala. Mesmo fim, só que mais feio já que se vendeu e vendeu muitos dos seus em troca de um clareador para a pele. Quando Malcolm fala que a educação é um passaporte para o futuro, ele não fala sobre aprendermos os modos brancos de se viver, mas de nos prepararmos/educarmos para viver em comunidade. O homem preto ser para a mulher preta, a mulher preta ser para o homem preto, os mais velhos pelos mais novos, os mais novos pelos mais velhos. Autonomia, Emancipação e aí sim, Liberdade. Livres dos modos brancos de se viver!!! Cultivando nas pretas e nos pretos da Diáspora, o amor de Nós por nós.
A educação que os brancos pregam, para nós, é a principal forma de nos amançar e manter submissos. E não somente o Projota demonstra isso, mas sim todos os pretos que estão em evidência nas mídias do BBB ou não. Prova disso é a Karol Conká ser a realização perfeita do que as feministas de qualquer vertente fazem com os homens pretos. O que incomoda muita gente sobre a postura dela é justamente não dá pra negar o que já é apontado sobre os feminismos serem para o povo Preto só mais uma das artimanhas do racismo para continuar apontando, julgando e condenando homem Preto como se os moldes do homem branco vestissem o homem Preto.
Também não podemos esquecer que o BBB, além de um reality, é um experimento social. E cumpre muito bem a missão de pega-bobo. Vai no fraco dos emocionados, seja pelos que são tão carentes que necessitam de ver uma cara preta no meio dos brancos a todo custo pra chamar de representatividade, seja pelos que precisam abraçar um Preto jabuticaba pra dar a carteirinha de menos Negresco do Rolê. Aí cai na questão de que o que estamos consumindo não combina com o Corre que buscamos fazer…
