Bomani, Apókan — 17agosto foto Ângelo

Bandeira RBG

“Me mostrem a raça ou nação sem bandeira e eu te mostro uma raça sem orgulho.”

Ângelo Òkòtó
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3 min readAug 17, 2021

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Em agosto de 1920, os membros da UNIA (Associação Universal para o Progresso Negro) lançaram a braba que esse mês completa 101 anos. A bandeira PanAfricana representa a unidade entre os Pretos conscientes e orgulhosos de si, do seu povo e do princípio inegociável que é ser Afrikano. Vermelho, preto e verde são as cores da nossa bandeira, que representam o sangue afrikano, o povo negro e os abundantes recursos naturais do continente mãe.

Um estandarte é, antes de mais nada, uma apresentação… a amostra, uma prévia do que tem por trás do pavilhão que o carrega. Ele representa os princípios, valores e objetivos de quem alimenta essa bandeira. É aquela fita que tu vê de longe, que ce bate o olho e já tem que saber o que significa e pra que tá ali. É assim em vários contextos diferentes. De uma brincadeira na quebrada à uma olimpíada ou uma copa do mundo, existem organizações sociais, políticas, econômicas e culturais que alinham interesses em comum pra defender ou promover os brasões alimentados por quem rende esforços a insígnia.

Devido a tanto tempo de opressão, o negro aprendeu a se odiar. Se sentir incapaz de realizar grandes feitos sem depender de outra raça. Não identificar de onde vem seu maior problema. O fruto do bloqueio mental, da dominação sistemática. O que tem de preto hasteando bandeiras aleatórias, num tá escrito. O foda de crescer num país como o brasil e qualquer país branko ou colonizado é que toda a educação nacional, organização social e agenda política são programados pra manutenção da supremacia branka. Esquerda e direita são exemplos beeem claros disso. Ambas fazem parte da mesma maquina política, cada qual em um extremo com sua bandeira, mas essa oposição não nega que servem ao mesmo proposito, já que as duas são racistas e atrapalham o progresso do negro. As bandeirolas coloniais e suas reproduções são antíteses da herança afrikana. Da nossa autodeterminação autonomia. Então, que se fodam. É poucas idéia pra eles.

Quando a gente descobre a consciência racial e pega a visão de que antes de tudo vem a lealdade a nossa raça, esquece, pae. É um caminho sem volta. Uma estrada que vem sendo construída a mais de século e seus frutos sustentam nossa caminhada nessa luta. O mínimo que devemos fazer é dar continuidade no propósito e honrar as cores do estandarte!

A bandeira RBG é um símbolo da libertação negra. Fonte do nosso orgulho. Aliás, como disse Marcus Garvey: “Me mostrem a raça ou nação sem bandeira e eu te mostro uma raça sem orgulho.”.

Dia 17 de agosto de 2021, vamos ta com as nossas bandeiras na 2ª edição do Ato Menos marx, Mais Garvey — O Novo Negro não tem medo.

A bandeira Pan-Africana é noís por nóis.

17agosto foto Ângelo

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