Comunidade é alimento

Mariah Vianna
revistaokoto
Published in
2 min readSep 23, 2022

Uma parada que sempre me pegava era carência. Quando eu não estava necessariamente num relacionamento afetivo-amoroso, eu me sentia sozinha, me sentia mal. Mesmo que vivesse rodeada de pessoas.

Mas as relações que eu tinha eram tão diferentes, pra ser vem sutil. Que eu não sentia essa presença, esse preenchimento, na época eu não entendia muito, mas era tudo meio vazio, meio superficial.

Vivia uma uma vida que não era pra mim, que não me proporcionava ser o melhor que pudesse e estar em constante evolução. Era uma bagulho meio de já ter estagnado.

Agora, que eu começo a me voltar pro que é nosso e a construir essa comunidade junto com minha galera do Kilûmbu Òkòtó, é outra parada. Não estar num relacionamento afetivo-amoroso não é um problema, não é uma parada que me deixa uma lacuna. Todos os meus espaços, grande parte do meu tempo, meu planos e dias estão preenchidos de gente, de relacionamentos muitos maiores.

E isso é muito foda. Como a comunidade te supre e te nutre. Óbvio que é uma via de mão dupla, é sobre reciprocidade e eu faço o meu melhor para devolver à altura. Hoje, eu nem tenho esses sentimentos de carência, de estar faltando uma parada, eu tô cada vez mais cheia, repleta de coisas incríveis e isso é bonzão, além de ser importante, porque só eu sei as furadas que eu já me meti por carência nessa vida rs.

O bagulho é esse, estar com o nosso povo, construindo uma comunidade forte e estabelecendo relações reais e potentes que são capazes de nós impulsionar, de nos ofertar o melhor e também tirar o melhor de nós.

Arte: Diego Alberto

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