“Enquanto houver um rebento feminino na comunidade ela não poderá ser aniquilada.”

Kamila Aranha
revistaokoto
Published in
2 min readMay 17, 2022

Antes que me venham com esse papo de “sagrado feminino” e essas babozeiras que as feministas negras inventam, mas que nem sabem pra onde estão indo, já deixo escuro aqui que este provérbio do qual vou falar hoje, existe antes mesmo desses movimentos, e tem uma premissa totalmente diferente do que esses movimentos propõem.

Cara, poderíamos ficar aqui por muito tempo debruçados nesses provérbios. Quanta riqueza. Nesse aqui, fala sobre a necessidade da continuidade e a importância da mulher dentro disso. No contexto Banto Kongo, a comunidade como um todo tem o seu valor, e cada um tem seu papel, como já falamos sobre as crianças e os mais velhos, por exemplo.

Esse provérbio diz que a comunidade não deixará de existir enquanto tivermos mulheres nela que reproduzam, pois a mulher é vista como símbolo da continuidade da vida. Vejam que é um contexto bem diferente do feminismo, onde a mulher tem uma sede absurda de ocupar o lugar do homem (branko) e prefere não ter filhos pra não ter que parar essa busca incessante por uma estabilidade que só faz sentido na cabeça dela, mas que a condiciona à viver longe dos seus, da sua comunidade, e a interromper sua continuidade. E também não adianta querer dar continuidade se for clareando a família. Enfim, diferente de como é no feminismo, na filosofia Banto Kongo, a mulher tem também a importância de gerar vidas e é fundamental pra expansão da comunidade.

Quando falamos de racismo, estamos falando de extermínio da nossa raça. Pra além de muitas ações que devemos ter, temos tbm que garantir que a nossa raça não se extingua. Pra isso é importante não haver palmitagem e as mulheres tirarem da cabeça essa ideia feminista de não ter filhos. Entender e exercer nosso papel como mulher, de uma perspectiva africana, é o que vai garantir que nossa comunidade não seja extinta, garantir nossa continuidade.

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