Espiritualidade é Conexão

Espiritualidade é conexão. Tava me lembrando da Marimba Ani falando sobre o vício que os brancos tem de separar-se do mundo, e de tudo que consideram diferente deles, e utilizar a diferença como critério para se estabelecer superior aos outros povos. Sobre como objetificam as pessoas, a natureza, a si próprio; e entendem a natureza como algo a se lutar ou controlar. Como povo separado da natureza, como tentam se apartar pra entender.

E foi isso que buscaram fazer com a gente, foi um papo que já dado pelos mais velhos do Òkòto, pela Kafunji, pelo Akinwale, Balogum, Dessalín, Taiwo. Cortar nosso entendimento da realidade, nossa relação com a natureza, as pessoas, e o futuro foi importante pra nos escravizarem. Pra reconquistar nossa consciência a gente precisa estar reconectado com a nossa cultura. Com a nossa espiritualidade.

Nossas manifestações culturais nos dão formas de aprender a se conectar, seja pela respiração, pelo som, pelo movimento, pelo ritmo, pela repetição, pelo canto, por substância, também, pelo que evoca de sentimento naquele momento. Pelo estado de humor que te provoca, e que dura, depois desse momento.

Te ensinam a se conectar com ao próximo e ao entorno, e si mesmo. Que te ensina a se autodesenvolver, a botar em cheque tuas próprias crenças em relação ao que tu pode fazer. Algo que só dá pra conhecer com a prática, que não dá pra teorizar sobre, precisa ser experimentado, vivenciado. Por isso é importante tirar o branco das nossas manifestações e estar entre nós mesmos.

E aliás, falando em vivenciar, fica aqui o convite pro próximo Festival Cultural É Coisa de Preto, no Kilûmbu Malcolm X, em São Paulo. Mais uma oportunidade de participar de um evento de pretos, feito por pretos e para pretos. Só checar o linktree do @okotokilumbu. Até mais!